Economia & Negócios

Brasil registra deflação outra vez

Trata-se do terceiro recuo consecutivo do IPCA, que voltou a cair em setembro; inflação em 12 meses fica em 7,17%

12/10/2022 | Tempo de leitura: 2 min

Rio - Mais uma vez sob impacto da trégua da gasolina, o Brasil registrou deflação (queda de preços) de 0,29% em setembro, informou nesta terça-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do terceiro recuo consecutivo do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Também é a maior baixa para setembro na série histórica desde o início do Plano Real, em 1994.

O indicador oficial de inflação do País havia caído 0,36% em agosto e 0,68% em julho deste ano. Uma sequência de três meses de deflação não era verificada desde 1998.

Analistas consultados, porém, projetavam uma queda mais forte em setembro, de 0,34%. Segundo instituições financeiras, o IPCA deve voltar para o campo positivo em outubro, após os efeitos mais intensos dos cortes tributários sobre os combustíveis.

No acumulado de 12 meses, o índice de inflação perdeu fôlego, mas segue em alta. O avanço foi de 7,17% até setembro, o menor desde abril de 2021 (6,76%). O acumulado estava em 8,73% até agosto deste ano.

Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 4 tiveram queda no mês passado, apontou o IBGE. Apesar de recuar menos (-1,98%) do que em agosto (-3,37%), o segmento de transportes teve novamente o principal impacto para a deflação. A contribuição foi de -0,41 ponto percentual em setembro. Comunicação (-2,08%) e alimentação e bebidas (-0,51%), ambos com -0,11 ponto percentual, vieram na sequência. O grupo artigos de residência também recuou (-0,13%).

Do lado das altas, destacam-se vestuário (1,77%), com a maior inflação do mês, e despesas pessoais (0,95%), com a principal pressão positiva (0,10 ponto percentual). "De modo geral, o pior momento da inflação ficou para trás. Parte se deu pelas desonerações de impostos que o governo fez e parte veio pelo contexto internacional", avalia Marco Caruso, economista-chefe do banco Original.

Em setembro, a gasolina recuou 8,33%, de acordo com o IBGE. Assim, exerceu o principal impacto individual para a deflação do IPCA (-0,42 ponto percentual). Conforme o instituto, se a gasolina fosse excluída dos cálculos, o índice não teria recuado nos últimos três meses. Na simulação, o indicador subiria em julho (0,39%), agosto (0,32%) e setembro (0,15%).

Etanol (-12,43%), óleo diesel (-4,57%) e gás veicular (-0,23%) também recuaram em setembro. O grupo alimentação e bebidas, que teve fortes avanços no início do ano e abriu o segundo semestre ainda pressionado, só agora passa a dar sinais de alívio para o consumidor.

A baixa do segmento em setembro (-0,51%) é a maior desde maio de 2019 (-0,56%).

Receba as notícias mais relevantes de Bauru e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.