Uma ação de humanização desenvolvida pelo Hospital viValle, da Rede D’Or, em São José dos Campos, permitiu que uma mãe internada na UTI Adulto acompanhasse a trajetória de seu bebê prematuro, mesmo sem poder estar fisicamente ao lado dele.
A iniciativa consistiu na criação de um diário elaborado por equipes multiprofissionais da unidade, que registraram diariamente a evolução do recém-nascido internado na UTI Neonatal.
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O diário começou a ser produzido logo após o parto, quando mãe e filho foram encaminhados para UTIs distintas por questões clínicas. Profissionais das áreas de Psicologia, Fisioterapia, Enfermagem, Nutrição, além das equipes da UTI Adulto e Neonatal, passaram a documentar conquistas do bebê, como sessões de fisioterapia, avanços na alimentação, banhos, ganho de peso, a saída da incubadora para o berço e momentos de colo com o pai.
Segundo a psicóloga do Hospital viValle, Vanessa Matos Nerosky, a proposta foi manter o vínculo afetivo em um período considerado extremamente sensível. “Cada profissional contribuiu com a parte que acompanhava, formando uma narrativa afetiva essencial para que a mãe pudesse compreender tudo o que o filho vivenciou”, explicou.
A iniciativa ganhou ainda mais relevância quando a mãe, Lívia dos Santos Lazarotto Berioni, de 35 anos, precisou ser intubada e sedada em decorrência de complicações clínicas. Nesse período, o diário passou a funcionar como uma retrospectiva, permitindo que ela compreendesse o que aconteceu durante o tempo em que esteve inconsciente. “O diário ofereceu acolhimento e devolveu a ela o tempo perdido ao lado do filho”, destacou a psicóloga.
A história começou durante a gestação, quando Lívia passou a sentir dores intensas na lombar. Após investigação médica, houve suspeita de linfoma, tipo de câncer que afeta o sistema linfático. Internada para a realização de biópsia, a paciente apresentou piora no quadro clínico, o que levou a equipe médica a antecipar o parto. Felipe nasceu prematuro, em 10 de agosto, com 30 semanas, e foi encaminhado à UTI Neonatal. A mãe iniciou tratamento oncológico na UTI Adulto e, posteriormente, passou pelo período de intubação.
Durante toda a internação, o pai acompanhou de perto a rotina do bebê e colaborou com os registros do diário, fortalecendo o vínculo familiar mesmo diante da separação. Atualmente, mãe e filho já receberam alta hospitalar. O bebê está bem, e Lívia segue em tratamento oncológico com o apoio da família, que inclui ainda uma filha de quatro anos.
Para a equipe do hospital, a ação reforça a importância do cuidado humanizado em situações de internação crítica e prematuridade. “Humanizar é garantir que, mesmo em momentos de extrema fragilidade, mãe e filho não percam sua conexão”, concluiu Vanessa Matos Nerosky.
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