CULTURA

Fanta Konatê apresenta 'África Viva em Mim' na Roseira


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Divulgação
Neste sábado (13), às 19h, acontece o espetáculo “Fanta Donabá – A Grande Bailarina”, com participação do grupo Djembedon e degustação de pratos típicos
Neste sábado (13), às 19h, acontece o espetáculo “Fanta Donabá – A Grande Bailarina”, com participação do grupo Djembedon e degustação de pratos típicos

A cantora, bailarina e compositora Fanta Konatê, nascida na República da Guiné e radicada no Brasil há mais de duas décadas, traz a Campinas o projeto “África Viva em Mim”, com atividades gratuitas que celebram a arte, a ancestralidade e a valorização da cultura afro-brasileira.

Neste sábado (13), às 19h, acontece o espetáculo “Fanta Donabá – A Grande Bailarina”, com participação do grupo Djembedon e degustação de pratos típicos da culinária ancestral africana. Todas as atividades serão realizadas na Casa de Cultura Fazenda Roseira, com entrada gratuita mediante reserva pelo Sympla: https://bit.ly/africaemmimcampinas.

Depois de estrear em Ribeirão Preto, “África Viva em Mim” chega a Campinas e, em 2026, segue para Sorocaba, Taubaté e Santo André. Mais do que um espetáculo, o projeto propõe uma reflexão sobre identidade, ancestralidade e resistência, reafirmando o papel fundamental da arte africana na formação da cultura brasileira e ampliando o respeito à diversidade e ao protagonismo negro.

Referência mundial na difusão da cultura Malinkê, Fanta Konatê é filha do lendário mestre percussionista Famoudú Konatê, conhecido internacionalmente como o rei do djembê. Integrante da família real Keita e Konatê, a artista cresceu imersa na tradição dos Djelís (Griots), guardiões da memória oral do Mandén, território do antigo Império do Mali.

Sua trajetória reúne formação clássica nos balés de Conacri e uma carreira internacional que inclui apresentações em mais de 100 cidades brasileiras e em países como Estados Unidos, Suécia, Polônia, Japão, Chile, Argentina e Alemanha. Fanta participou do álbum “Rhythms and Songs of Guinea” (1996), lançou três discos, integrou a trilha de abertura das Olimpíadas Rio 2016 e atua há 20 anos como ponte cultural entre a África Ocidental e o Brasil por meio do Instituto África Viva, cuja sede está em fase final de construção na Guiné-Conacri.

No show “Fanta Donabá – A Grande Bailarina”, a artista apresenta uma performance marcada por uma voz potente e ancestral, que transmite histórias e saberes das savanas e florestas africanas. O espetáculo também dá nome ao disco lançado em 2021 e reúne canções inspiradas em melodias do Mandén com mais de 800 anos, abordando temas universais como a força da mulher, a educação, a fé, a amizade e a celebração da vida.

“‘Donabá’ significa ‘a grande bailarina’ na língua Malinkê. Esse espetáculo é uma homenagem às mulheres e à força ancestral do meu povo, uma celebração da vida através do corpo, do som e do ritmo”, afirma Fanta Konatê, que comemora 23 anos de carreira internacional.

A apresentação conta com o Grupo Djembedon, que combina instrumentos tradicionais da África Ocidental com elementos contemporâneos no estilo Mandén Jazz (afrojazz). Em Campinas, o show terá ainda a participação especial do saxofonista Josué dos Santos, músico da Banda Mantiqueira e professor da Emesp Tom Jobim.

Após o espetáculo, o público é convidado a participar de uma degustação de pratos típicos da culinária ancestral africana, como Frufru, Ussen Sadi e Ban Mailaní, proporcionando uma imersão sensorial que une música, corpo, história e sabor. Os alimentos são preparados por Fanta Konatê e sua irmã, Koria Konatê, que também conduzem uma vivência culinária na sexta-feira (12/12), às 13h, com inscrições encerradas.

“Escolhemos esses pratos por serem familiares à culinária afro-brasileira e por estarem preservados na África Ocidental. Muitos deles influenciaram diretamente o paladar brasileiro e ainda trazem benefícios à saúde”, destaca Fanta.

Roda de conversa e oficina

As atividades de sexta-feira começam com a “Kumá Lací”, que significa “conversar em roda”, promovendo um espaço de diálogo sobre a diversidade cultural africana, a desconstrução de estereótipos e a valorização das identidades negras. Em seguida, a Oficina de Dança e Percussão, às 19h, convida o público a experimentar os ritmos e movimentos tradicionais de Guiné-Conacri.

“É uma vivência corporal e musical que integra corpo, voz e percussão, despertando a ancestralidade presente em cada um”, explica Luis Kinugawa, músico e diretor do projeto.

O projeto “África Viva em Mim” é viabilizado pelo Termo de Fomento nº 00061/2024 do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do FDD (Fundo de Direitos Difusos), no âmbito do edital PRONASCI Cultural 2023, e passa por cinco cidades do Estado de São Paulo.

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