ECONOMIA

Empresa de Franca firma acordo com MPT após denúncias de assédio

Por Jordy Silva | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/Google
Unidade da Blue3 Investimentos, na avenida Paulo VI, em Franca
Unidade da Blue3 Investimentos, na avenida Paulo VI, em Franca

Uma empresa de Franca que atua nacionalmente no mercado financeiro firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MPT (Ministério Público do Trabalho) após denúncias de assédio moral e práticas de imposição religiosa envolvendo unidades de Ribeirão Preto.

O acordo foi assinado nesta semana entre o MPT e a Blue3 Investimentos, além da Bluetrade Corretora de Seguros, e prevê uma série de medidas para combater violações à dignidade profissional no ambiente de trabalho.

Segundo o MPT, as investigações tiveram início após relatos de ex-funcionários e colaboradores que denunciaram situações constrangedoras durante o expediente.

Entre as irregularidades apuradas, estão a realização de reuniões obrigatórias com conteúdo religioso e pressões da chefia para que funcionários participassem de práticas espirituais, o que gerava constrangimento entre trabalhadores de crenças diversas ou sem religião.

Medidas previstas

Com o TAC, as empresas se comprometem a vetar qualquer forma de humilhação, assédio ou discriminação, além de garantir que nenhuma manifestação religiosa seja imposta aos empregados.

O documento também determina a criação de canais de denúncia confidenciais, com proteção contra retaliações e garantia de sigilo aos trabalhadores.

Para o procurador do Trabalho Henrique Correia, responsável pelo caso, o acordo representa uma mudança cultural necessária.

"O compromisso assumido não apenas tem a intenção de corrigir as irregularidades identificadas, mas estabelecer um novo padrão de conduta exigido das empresas, onde a liberdade de crença e a dignidade do trabalhador devem ser preservadas acima de qualquer meta econômica ou filosofia corporativa. O MPT seguirá vigilante para garantir que o ambiente de trabalho seja um espaço de pluralidade e respeito, e não de imposição", afirmou Correia.

O TAC também prevê que gestores e lideranças passem por treinamentos obrigatórios sobre diversidade, direitos fundamentais e prevenção ao assédio. As empresas deverão comprovar periodicamente ao MPT que as ações estão sendo cumpridas.

Em caso de descumprimento das cláusulas, foram estabelecidas multas superiores a R$ 50 mil por infração, além de valores adicionais por trabalhador prejudicado.

Segundo o MPT, o objetivo é garantir caráter pedagógico às penalidades e evitar a reincidência das práticas abusivas.

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