Um dos suspeitos de envolvimento no assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes, morto em emboscada em Praia Grande na última segunda-feira, 15, já havia sido punido pela Justiça de Araçatuba enquanto estava preso em Mirandópolis.
Felipe Avelino da Silva, 33, conhecido como “MK” ou “Mascherano”, foi condenado em Araçatuba por falta disciplinar grave após ser acusado de planejar um motim e a morte do diretor da Penitenciária de Irapuru, no interior paulista. À época, ele cumpria pena na unidade de Mirandópolis.
A acusação surgiu a partir de um bilhete apreendido em 2019, no qual presos expressavam descontentamento com regras de visita e citavam Vanderlei Fernandes da Silva, então diretor de Segurança e Disciplina da unidade. A carta relatava que colaboradores monitoravam os passos do dirigente e defendia “colocar a unidade no chão ou matar o diretor”.
O setor de inteligência da penitenciária identificou 28 detentos ligados ao PCC como autores do plano, entre eles Avelino. Apesar da negativa dos acusados, o juiz da 1ª Vara de Execuções Criminais de Araçatuba concluiu que havia indícios suficientes e determinou punições como aumento de pena e suspensão de visitas.
Avelino cumpriu seis anos de prisão por roubos e tráfico de drogas e deixou o sistema penitenciário em setembro de 2024, após alvará de soltura. Segundo o secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, ele ocupa função de “disciplina” dentro da facção criminosa.
No caso mais recente, impressões digitais de Avelino foram encontradas no Jeep Renegade abandonado a dois quilômetros do local onde Ferraz Fontes foi morto. Dentro do veículo estavam carregadores de fuzil e placas de automóveis adulteradas.
A defesa de Avelino não respondeu até a publicação desta reportagem.
O assassinato
O ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes foi executado com 29 disparos de fuzil quando saía da prefeitura de Praia Grande, onde atuava como secretário de Administração. Ele tentou fugir, mas colidiu contra dois ônibus.
Segundo a Polícia Civil, ao menos três criminosos encapuzados e com coletes à prova de balas participaram da ação. Os veículos usados haviam sido furtados na capital paulista.
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