JUSTIÇA

Após quase 10 anos, júri absolve ‘Zé da Vila’ em Birigui

Por Guilherme Renan | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Guilherme Renan
Cristiano Salmeirão e Alessandro Polizel atuaram na defesa de José Antônio Rocha Capellari durante o julgamento em Birigui
Cristiano Salmeirão e Alessandro Polizel atuaram na defesa de José Antônio Rocha Capellari durante o julgamento em Birigui

Depois de quase uma década de tramitação, o julgamento de José Antônio Rocha Capellari, conhecido como “Zé da Vila”, chegou ao fim nesta quinta-feira (28), no Fórum de Birigui. Ele era acusado de participar do homicídio de Leandro Vinícius Vignoto Uzelin e da tentativa de homicídio contra Samuel Doná da Silva, em outubro de 2015, no bairro João Crevelaro.

A sessão foi presidida pela juíza Moema Moreira Ponce Lacerda. No plenário, atuaram o promotor de Justiça Rodrigo Mazzilli Marcondes, responsável pela acusação, e os advogados de defesa Cristiano Salmeirão e Alessandro Polizel.

Antes do início dos trabalhos, o promotor comentou críticas que recebeu nas redes sociais e por mensagens de amigos sobre penas aplicadas em julgamentos anteriores. Ele afirmou:

"Nos últimos dias, vi comentários e recebi mensagens questionando algumas das penas aplicadas nos últimos júris envolvendo outros casos. É importante esclarecer que o problema não está na atuação da Justiça, mas na complacência da lei na hora de aplicar a pena e na rigidez do sistema, que direciona o juiz a aplicar a pena. Somos, de certa forma, escravos da lei e não podemos driblá-la. Já solicitei absolvições em outros casos, quando a prova não justificava condenação, incluindo trabalhadores como serventes de pedreiro e barqueiros. Seguimos estritamente a lei, e nossa função é agir com imparcialidade e rigor, respeitando os princípios da equidade e da proporcionalidade. Importante frisar que, quando o juiz aplica a pena, ele não o faz porque quer, mas sim porque a lei determina os intervalos. Então, não é uma questão de justiça, é uma questão de lei", declarou Mazzilli.

Nos debates em plenário, tanto o Ministério Público quanto a defesa pediram a absolvição de Capellari. O promotor destacou que não foi possível comprovar a efetiva participação do acusado no crime. Duas testemunhas citadas na investigação foram assassinadas durante o processo, o que dificultou ainda mais o esclarecimento dos fatos.

Diante desse cenário, os jurados decidiram pela absolvição, e a juíza declarou improcedente a pretensão punitiva do Estado, com base no artigo 492, inciso II, do Código de Processo Penal.

Embora tenha respondido ao processo em liberdade, Capellari já havia sido condenado por tráfico de drogas. Por isso, após o encerramento da sessão do júri, ele retornou ao sistema prisional para continuar cumprindo a pena referente a esse crime.

Relembre o crime

Leandro Vinícius Vignoto Uzelin, de 19 anos, foi morto a tiros na madrugada de 24 de outubro de 2015, no bairro João Crevelaro, em Birigui. Segundo a Polícia Militar, ele estava em sua casa, na avenida Dois, quando dois homens em uma moto chegaram e o chamaram.

Ao sair, foi atingido por vários disparos, que acertaram a cabeça, a perna e as costas. A irmã da vítima ouviu os tiros e, ao sair, encontrou o jovem caído. Ele chegou a ser levado ao pronto-socorro, mas não resistiu aos ferimentos.

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