EM 2026

Aeroporto de Congonhas planeja retomada de voos internacionais

Por Fábio Pescarini | Folhapress
| Tempo de leitura: 4 min
Rovena Rosa/Agência Brasil
A primeira fase da internacionalização está prevista para começar com a aviação executiva
A primeira fase da internacionalização está prevista para começar com a aviação executiva

A Aena, concessionária que administra Congonhas, planeja retomar no próximo ano as operações internacionais no aeroporto de São Paulo.

A primeira fase da internacionalização está prevista para começar com a aviação executiva, ou seja, com jatinhos. A operação de voos comerciais deve ter início em julho de 2028, quando serão concluídas as obras de ampliação do aeroporto.

Na reestruturação, o número de posições dos aviões no pátio passará dos atuais 30 para 37, com 19 pontes ("fingers") de acesso direto aos aviões ?hoje, são 12.

Os voos deverão ser prioritariamente para países da América do Sul ?a pista de Congonhas, com 1.940 metros de extensão, não comporta aeronaves para rotas mais longas, como transoceânicas.

Segundo Kleber Meira, diretor-executivo do aeroporto, já há conversas com companhias aéreas, inclusive internacionais de voos curtos, que mostraram interesse na retomada de operações para o exterior.

O executivo também disse já ter protocolado o pedido do processo de internalização do aeroporto junto à Secretaria de Aviação Civil, órgão ligado ao Ministério de Portos e Aeroportos, e está em tratativas com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e com outros órgãos, incluindo Polícia Federal, Receita Federal, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Vigiagro (Vigilância Agropecuária Internacional).

"Caso a gente consiga isso [aprovações], em 2026 ou 2027 poderemos iniciar voos internacionais num primeiro momento concentrados na aviação geral [executiva] e, em 2028, com a entrega do novo terminal, faremos a operação comercial também", disse Meira, em evento na terça-feira (5) para apresentar a ampliação da sala de embarque remoto do aeroporto, que será aberta ao público nesta quarta.

Em nota, a Secretaria Nacional de Aviação Civil confirmou o início de conversações com Congonhas e disse ter orientado quanto a procedimentos.

Também em nota, a Anac afirmou que ainda não existe processo aberto, mas que para aprovação, a concessionária terá de comprovar anuência dos órgãos de controle de fronteira.

"Ter uma ponte aérea para o Aeropark [Buenos Aires] ou para Santiago, onde as pessoas poderão fazer conexões para outras rotas, é um potencial absurdo", disse Meira nesta terça.

Segundo ele, com a modernização do aeroporto, as novas posições de pátio poderão receber aviões como o Airbus A321neo ou Boeing 737 Max 10, ambos com capacidade para mais de 200 passageiros e maior autonomia de voo.

Com a reformulação nas pontes de embarque e a ampliação da distância para a pista principal, Congonhas poderá receber aviões maiores e com mais capacidade.

As operações internacionais regulares não ocorrem em Congonhas desde a década de 1980, quando foi construído o aeroporto de Guarulhos.

Apesar de nova, a ampliada sala de embarque remoto, de onde os passageiros embarcam em ônibus que os levam até os aviões, deverá ser desativada no fim da reestruturação do aeroporto. O espaço definitivo será instalado no hangar tombado que pertenceu à Varig, usado por enquanto pela empresa aérea Gol, localizado ao lado da futura área de embarque direto aos aviões.

Ao fim da reestruturação, segundo Meira, o novo espaço deverá fazer parte da estrutura de desembarque, inclusive dos voos internacionais.

Com investimento de R$ 30 milhões, não previstos no contrato de concessão, de acordo com a a Aena, a sala de embarque remoto mais que dobrou de tamanho, passando de 1.400 m² para 3.300 m².

A ampliação, disse Meira, foi possível, entre outros, por causa do aproveitamento de áreas ociosas de Congonhas.

O projeto do entorno do local tem duas salas VIP (uma já aberta e a outra com previsão de inauguração ainda neste ano) e contará com um centro comercial de 850 m².

"Não vai ter aumento no número de portões de embarque [remoto] ou de voos por ali. É simplesmente uma adequação de área e de espaço para trazer mais conforto ao usuário e permitir que ele tenha uma experiência melhor naquela área", diz Meira.

O local passa a ter 11 estabelecimentos, entre serviços de alimentação, farmácia e livraria. Até então, eram apenas duas lanchonetes.

Há mais espaçamento entre os dez portões, e o total de assentos passará de 213 para 329. Atualmente, cerca de 15 mil pessoas embarcam remotamente em Congonhas por dia.

Ao custo de R$ 2,4 bilhões, a Aena, que assumiu a gestão de Congonhas em outubro de 2023, terá de reformular o aeroporto até junho de 2028. A principal mudança será a construção da nova área de embarque direto.

A meta da empresa é aumentar para 29 milhões o número anual de passageiros que embarcam ou desembarcam no local até o fim da concessão, em 2053 ?no ano passado foram 23,1 milhões.

Atualmente, Congonhas está habilitado a realizar 44 operações de pousos e decolagens por hora. Não há previsão de ampliação do número.

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