Ingredientes
- 1 frango ou galinha caipira em pedaços e com a pele
- 1 cebola grande em cubinhos miúdos
- 2 dentes de alho picados
- 2 tomates sem pele e sem sementes, em cubinhos
- 2 talos de salsão em cubinhos
- 1 amarrado de louro, salsinha, folhas e talos de salsão, manjericão e tomilho
- ½ colher de pimenta-do-reino em grão
- 2 litros de água
- 1 pedaço de canela em pau
- 1 tira grossa de casca de laranja
- 1 xícara (chá) de arroz branco lavado e escorrido
- 4 colheres de salsinha, cebolinha e hortelã picadinhas
- Óleo vegetal
- Sal
Apesar das muitas variações é quase certo afirmar que a canja de galinha deriva de preparações chinesas e indianas. Na China há uma receita secular chamada ‘congee’, às vezes feita com frango, outras com pato, e nem sempre com o arroz que pode ser substituído por cevada.
Os portugueses que estiveram na China na época das grandes navegações se apaixonaram pelo preparo e o levaram a seu país, de onde veio para o Brasil. Dizem que Dom Pedro II era fã de canja e por isso o prato passou a ser servido nos restaurantes do Rio de Janeiro com o nome de ‘Sopa do Imperador.’
Além de ser uma festa para o paladar, a canja tem fama terapêutica. Gerações de avós e mães recorreram a ela como remédio caseiro para tratar netos e filhos adoentados. Nutricionistas também a recomendam lembrando que o caldo ajuda a hidratar e os fitoquímicos, vitaminas, minerais, antioxidantes e demais substâncias oriundas das hortaliças e temperos favorecem o sistema imune. Até cientistas já pesquisaram sobre o poder de um alimento que há tanto tempo chega à mesa quando a temperatura cai ou o organismo apresenta algum transtorno por conta do frio.
Um dos estudos mais conhecidos foi desenvolvido há 20 anos na Universidade de Nebraska, tendo sido comprovado que a canja interfere no movimento dos neutrófilos, grupo celular do sistema imune. O mecanismo ajudaria a reduzir inflamações. Junto a essa capacidade de auxiliar na recuperação física, ressalte-se o bem-estar emocional que a canja traz. Quem há de ignorar que, elaborada em processo lento e amoroso, a canja oferece apoio emocional? ‘Um caldo quentinho conforta a alma’, dia chef Heloísa Bacellar, de quem é a receita aqui reproduzida.
Faça sem pressa. Regue o fundo de um caldeirão médio com fio de óleo, aqueça e doure ligeiramente os pedaços do frango. Junte a cebola, o alho, o tomate, a cenoura, o sal e misture bem. Quando os legumes estiverem murchos, acrescente o amarrado de ervas, a pimenta e a água. Quando ferver, baixe o fogo e descarte com uma concha a espuma formada na superfície.
Cozinhe por hora e meia, até que a carne esteja bem macia, soltando dos ossos. Desligue o fogo, mantenha o caldo com os legumes no caldeirão, descarte o amarrado de ervas, transfira os pedaços para uma tigela.
Quando o frango amornar, descarte a pele, os ossos, a cartilagem. Separe a carne em lascas, ponha de volta no caldeirão e leve à geladeira por pelo menos três horas para descansar. Por causa dessa etapa, se possível prepare de véspera.
Uns 45 minutos antes de servir, retire o caldeirão da geladeira. Se quiser, retire a gordura formada na superfície. Aqueça a canja, espere ferver, reduza o fogo, junte a canela, a casca de laranja, o arroz e uma pitada de sal. Cozinhe por vinte minutos ou até que os grãos estejam bem macios. Acerte o sal, descarte a canela e a casca de laranja, junte a salsinha, a cebolinha e a hortelã e sirva.
Sonia Machiavelli é professora, jornalista, escritora; membro da Academia Francana de Letras.
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