A prefeita Suéllen Rosim (PSD) admitiu pela primeira vez nesta sexta-feira (25) que não descarta incluir o gerenciamento do tratamento e do abastecimento de água em Bauru no pacote de concessões à iniciativa privada. Rechaçou, porém, qualquer iniciativa de privatização da autarquia. "Em hipótese alguma", afirmou, ontem, durante entrevista ao programa Café com Política, uma parceria entre o JC e a 96FM.
"Nós nunca descartamos, acho que desde o primeiro momento, discutir eventualmente a concessão do DAE. É o próprio DAE que define até que ponto está apresentando os resultados", afirmou a mandatária, a quem cabe definir o nome responsável por presidir a autarquia.
"Então vem uma nova fase do Universaliza [São Paulo] que pode discutir eventualmente a regionalização [do saneamento] incluindo a [concessão em Bauru] da água", acrescentou Suéllen, para depois dizer aos servidores do DAE para que "fiquem tranquilos". "Não significa que a gente vai aderir ou aceitar uma concessão [da água]. Nós vamos discutir com o Estado", frisou em mais de uma ocasião.
A prefeita também elogiou o novo presidente do Departamento de Água e Esgoto, o engenheiro civil João Carlos Viegas, e disse que o indicado "tem bom trânsito em saneamento básico em termos de conhecimento, que é o que de fato a gente precisa nesse momento".
"Não tem necessariamente um 'quem indica', tem uma busca. Tem gente que contratei por currículo, tem gente que contratei por indicação. A gente vai procurando bons nomes, vi quatro ou cinco currículos. Ele [Viegas] passou pela Sabesp, por grandes empresas", mencionou.
A declaração sobre a possibilidade de incluir a água no pacote de concessões veio pouco mais de uma semana depois de documento divulgado pelo Instituto Trata Brasil mostrar que Bauru voltou a cair no ranking nacional de saneamento básico (leia mais na pág. 4).
O próprio Palácio dos Bandeirantes vinha pressionando o governo municipal a realizar a concessão completa do serviço de saneamento. "Não entendo que seja uma pressão. Entendo como um movimento natural de regionalização", afirmou a prefeita durante entrevista ao Café com Política. "O DAE tem que colocar água na torneira da população", reiterou.
SECRETARIADO
A prefeita comentou também a recente mudança no secretariado e rebateu apontamentos sobre a manutenção de familiares em cargos políticos da administração - sua mãe Lúcia é secretária de Assistência Social e o marido, Renato Purini, deixou a presidência do DAE para assumir a pasta de Governo.
Suéllen contestou críticas sobre parentes em cargos de livre nomeação, discordou delas e disse achar que "uma boa parte da população bauruense também discorda". "Até porque do contrário nós não estaríamos aqui, vocês estariam discutindo com outro candidato eleito", comentou.
"Essa crítica da questão familiar é de longa data. A única coisa que diferenciou é que eu entendo que, na Assistência Social, uma pasta importante, optei em colocar [minha mãe]. E digo a vocês: tenho dois melhores secretários e eu tenho certeza que farão com muita com muita responsabilidade os projetos, justamente por estarem muito próximos de mim", disse.
"O Renato tem uma história de 30 anos [em Bauru] e tivemos a grata surpresa da vida de estarmos casados nesse momento. Não é porque ele é casado comigo que tem que abandonar sua história, seu legado, o legado do pai [Roberto, ex-deputado], o legado político que ele tem. E muito menos minha mãe, que é meu braço direito", emendou.
Sobre a recém-criada Secretaria de Habitação, a cuja chefia nomeou o ex-prefeito de Lençóis Paulista Anderson Prado, disse que a pasta "vem para estruturar e tratar especificamente no que diz respeito a habitação e regularização social. Temos várias áreas que foram ocupadas ao longo dos anos e que hoje estão sem saneamento, sem infraestrutura completa", explicou. O órgão, afirmou, também deve buscar projetos e recursos à construção de novas casas.
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