EM BAURU

Após 6 anos de interdição, viaduto João Simonetti será recuperado

Por Tisa Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Joabe Guaranha/Prefeitura de Bauru
Viaduto João Simonetti, que liga o Centro da cidade  ao Jardim Bela Vista, na região Central de Bauru
Viaduto João Simonetti, que liga o Centro da cidade ao Jardim Bela Vista, na região Central de Bauru

Quase seis anos após sua alça ser interditada pela primeira vez por problemas estruturais, o viaduto João Simonetti finalmente deverá ser recuperado, permitindo a retomada da rota da rua Treze de Maio em direção à avenida Nuno de Assis, no Centro de Bauru. A notificação de adjudicação e homologação da empresa vencedora da licitação realizada para viabilizar a execução da obra foi publicada na edição desta quinta-feira (17) do Diário Oficial do Município.

Sediada no Rio de Janeiro, a Engrest Engenharia de Recuperação Estrutural Ltda será contratada para elaborar dois projetos executivos e a reabilitação estrutural do dispositivo por R$ 6.347.158,12. Segundo a Secretaria Municipal de Obras, ela apresentou o menor preço entre as proponentes e atendeu todas as exigências previstas no edital. A previsão é de que a reforma seja concluída em fevereiro de 2026.

Vale lembrar que, no fim do ano passado, um processo licitatório com o mesmo objeto já havia sido aberto e resultou deserto, mesmo com um valor 12% superior ao atual, de R$ 7.145.922,15. Na ocasião, o certame chegou a ficar suspenso por um mês em razão de questionamentos ao edital feitos por corporações especializadas neste tipo de construção.

Segundo a secretária Municipal de Obras, Pérola Zanotto, após nenhuma empresa manifestar interesse, o termo de referência e a metodologia construtiva do projeto de reforma passaram por revisão - a fim de descrever com maior clareza o trabalho a ser executado - e a licitação foi reaberta no início de junho. "Agora, não tem nada subentendido e, com isso, creio que as empresas ficaram mais seguras", analisa.

A intervenção no viaduto João Simonetti será precedida da elaboração de dois projetos executivos. Um deles é o da barreira rígida, também chamada de barreira New Jersey ou guarda-rodas, que serve para separar a calçada das faixas de tráfego de veículos e, assim, proteger os pedestres.

PRAZOS

Já o outro prevê a troca do guarda-corpo, conhecido como parapeito, projetado para prevenir quedas em áreas elevadas. "Colocaremos um gradil mais alto, de acordo com as normas atuais de segurança", pontua Zanotto. Ambos os projetos deverão ser finalizados 30 dias após a pasta emitir a ordem de serviço, o que deve ocorrer dentro de aproximadamente um mês, projeta a secretária.

A empresa contratada deverá promover, ainda, a reabilitação estrutural de todo o viaduto, seguindo diretrizes do projeto executivo já feito também pela iniciativa privada. A recuperação do dispositivo prevê, inclusive, o "macaqueamento" (processo técnico de engenharia civil usado para elevar temporariamente estruturas) das vigas para substituição dos aparelhos de apoio de neoprene fretado, uma borracha resistente que fica entre os pilares e as vigas e amortece os impactos da via. Trata-se de uma manutenção que o viaduto, inaugurado em 1973, nunca recebeu.

"Também faremos a recuperação da estrutura de concreto, incluindo o tratamento das fissuras, o tratamento de alterações e danos superficiais no concreto e no revestimento, a substituição das juntas de dilatação com troca do perfil elastomérico, a substituição do asfalto, a recuperação das calçadas e do sistema de drenagem, o serviço de limpeza de toda a estrutura, a impermeabilização do concreto à base de poliuretano e o reforço estrutural no apoio da alça com fibra de carbono", elenca a secretária. Todas as intervenções deverão ser concluídas no prazo de 150 dias após a entrega dos projetos executivos.

Imbróglio

O problema do viaduto João Simonetti é antigo e envolveu discussões até mesmo com representantes do Ministério Público e da Câmara Municipal. Diversos laudos sobre as condições da estrutura também foram elaborados.

Conforme o JC noticiou, em outubro de 2019 a alça do viaduto foi interditada após o MP detectar risco na estrutura. O tráfego ficou interrompido durante quase um ano, até a prefeitura fazer um escoramento paliativo do dispositivo com toras de eucalipto, em setembro de 2020.

O trânsito foi liberado no local, mas voltou a ser fechado em julho do ano seguinte para evitar que os problemas já detectados se agravassem. Na ocasião, a Secretaria de Obras decidiu que o funcionamento do acesso só seria retomado após sua completa adequação.

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