O advogado Elber Carvalho de Souza, que representa a professora afastada do cargo em uma creche municipal de Birigui, acusada de torturar crianças com idades entre quatro e cinco anos, quebrou o silêncio e defendeu de forma enfática a inocência da cliente. Em entrevista exclusiva concedida nesta quinta-feira (11), o defensor classificou as acusações como "levianas" e sustentou que não há elementos concretos que justifiquem qualquer processo judicial.
A professora foi afastada da função após decisão judicial, enquanto a Polícia Civil investiga denúncias de maus-tratos e suposta prática de tortura contra alunos sob seus cuidados. As investigações tiveram início após relatos de familiares e de outros profissionais da educação. Em declarações anteriores, o delegado responsável detalhou que algumas das crianças teriam sido submetidas a sofrimento físico e psicológico, incluindo agressões e ameaças.
Elber Carvalho, no entanto, afirmou que as acusações carecem de consistência e que as informações veiculadas até o momento não se sustentam juridicamente. "Trata-se de uma acusação precipitada e infundada. A própria autoridade policial, ao final do inquérito, certamente arquivará o caso por inexistência de crime. Não há laudos, testemunhos sólidos ou qualquer prova real que possa justificar essa imputação grave", afirmou.
O advogado destacou ainda que a professora é uma profissional respeitada, com anos de atuação na mesma unidade escolar. "É uma família tradicional, uma pessoa de bem, com vida pública e privada irrepreensíveis", acrescentou o defensor.
O caso causou grande repercussão em Birigui e região, especialmente após vir à tona informações de que o marido da educadora exerce cargo de confiança na atual gestão municipal e de que ela seria, segundo relatos não confirmados oficialmente, amiga pessoal da prefeita. Esses vínculos políticos acirraram ainda mais o debate em torno da isenção e da condução das investigações.
A professora, por ora, segue afastada de suas funções por decisão judicial que visa preservar o andamento das apurações. O 1º Distrito Policial e o Ministério Público acompanham o caso. A defesa, por sua vez, aposta na inexistência de provas e na reputação da educadora para encerrar o episódio sem a formalização de qualquer acusação criminal.
A sociedade de Birigui segue atenta aos desdobramentos, enquanto familiares das supostas vítimas aguardam esclarecimentos definitivos.
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