SÍNDROME GRIPAL

Tratamento adequado e completo evita sequelas graves

Por Simone de Oliveira | Jornal de Jundiaí
| Tempo de leitura: 3 min
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O público com doenças crônicas pré-existentes, principalmente as respiratórias, é mais propenso às complicações, porém não é regra
O público com doenças crônicas pré-existentes, principalmente as respiratórias, é mais propenso às complicações, porém não é regra

Segundo alerta da Defesa Civil de Jundiaí, as temperaturas dos próximos dias devem despencar entre 3ºC e 4ºC abaixo dos índices históricos para o período. O alerta é grave principalmente para quem sofre com problemas alérgicos e convivem com sequelas que podem afetar o pulmão. Pacientes com problemas respiratórios como asma, bronquite, sinusite e rinite estão mais propensos a infecções respiratórias bacterianas e por isso devem redobrar a atenção durante o período de temperaturas mais baixas, em especial para evitar as sequelas.

O pneumologista do Hospital São Vicente, Eduardo Leme, explica que na maioria das vezes a síndrome gripal não deixa sequelas, mas por tratar-se de uma doença conhecida como autolimitada, ou seja, após um período de cinco a sete dias tende a melhorar, há pacientes mais sensíveis, em especial crianças de até dois anos e idosos.

“Algumas pessoas podem ficar com um quadro respiratório mais grave por conta da gripe. São casos raros, mas a gente tem visto um aumento em relação aos outros anos da chamada Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), decorrente principalmente do vírus da Influenza. A SRAG pode provocar grandes lesões no pulmão e, mesmo após a cura, podem ficar resquícios, como cicatrizes no pulmão.”

O especialista explica que o público com doenças crônicas pré-existentes, principalmente as respiratórias, é mais propenso às complicações, porém não é regra. “É pouco comum, mas pessoas que não tenham nenhum quadro respiratório prévio também podem apresentar sequelas em decorrência da síndrome gripal. Pacientes com doenças crônicas, como insuficiência cardíaca, insuficiência renal ou diabetes também podem apresentar quadros gripais mais graves.”

O pneumologista do Hospital São Vicente, Eduardo Leme, explica que na maioria das vezes a síndrome gripal não deixa sequelas

Como os sintomas provocados pelo vírus da Influenza assemelham-se aos da covid-19, é preciso procurar orientação médica antes de medicar-se. “Considerando a semelhança, a melhor forma de diferenciar é fazer a investigação por meio de exames que podem definir qual tipo de vírus está provocando a infecção: se é o vírus da Influenza A, Influenza B, ou covid-19, por exemplo. Sem os exames, é difícil diferenciar. Por isso, reforço a importância da vacinação contra a gripe e a covid-19.”

Só este ano em Jundiaí, foram 411 internações de residentes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo 80 devido à doenças causadas pela Influenza, com 12 óbitos relacionados à doença.

Crianças

A síndrome gripal em pediatria refere-se a um conjunto de sintomas respiratórios agudos em crianças, incluindo febre, tosse, dor de garganta e outros como coriza e obstrução nasal, caracterizando assim o grupo de infecções de vias aéreas superiores, tais como, resfriado comum e gripe.

A pediatra, especialista em alergia e imunologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Ana Paula Zanin dos Santos Felgueiras, crianças menores de 2 anos com febre súbita e sintomas respiratórios, sem outro diagnóstico específico, também são consideradas casos de síndrome gripal.

“O período de maior incidência de casos é entre março e junho e crianças são um grupo de risco para hospitalização devido à síndrome gripal. Sendo que a intensidade e gravidade desses sintomas é determinante para o diagnóstico. Há associação entre maior ocorrência de morbidades e sintomas em crianças menores de 12 meses que frequentam as creches, porém as infecções tendem a melhorar cerca de nove meses após o ingresso na creche.”

Ana Paula explica que, em crianças, as sequelas mais comuns são as infecções de vias aéreas superiores bacterianas como otites, sinusites, faringoamigdalites e infecções de vias aéreas inferiores como pneumonias virais e bacterianas, bronquiolite, entre outras.

"Pacientes com doenças pulmonares crônicas como a asma, manifestação clínica de alergia respiratória leva a um processo inflamatório crônico e progressivo secundário a exposição ambiental como poeiras e animais tem uma chance maior de evoluir para complicações e quadros respiratórios mais graves", alerta.

Ana Paula Zanin dos Santos Felgueiras, da FMJ, explica que crianças menores de 2 anos com febre súbita e sintomas respiratórios, podem estar gripadas 

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