A aposentada Maria Abadia da Silva, de 61 anos, está há cinco dias internada no Pronto-socorro "Dr. Álvaro Azzuz", em Franca, enquanto aguarda transferência para um hospital com estrutura adequada ao tratamento de trombose e insuficiência renal. Ela é uma das 42 pessoas que aguardam leitos públicos nesta segunda-feira, 7.
Segundo a filha da paciente, a social media Fernanda Cristina, de 25 anos, o quadro de saúde da mãe vem se agravando rapidamente, e a demora por um leito em unidade especializada está colocando a vida de Maria Abadia em risco.
Fernanda relatou que os primeiros sintomas da trombose surgiram ainda em maio, com forte inchaço em uma das pernas. Após diversas idas ao pronto-socorro e sem um diagnóstico preciso, a família optou por realizar exames particulares. Somente em 4 de junho a trombose foi confirmada, durante uma consulta com um médico vascular da rede privada.
Com o início do uso de anticoagulantes, a expectativa era de melhora. No entanto, o quadro clínico piorou. No fim de junho, Maria voltou a buscar atendimento médico com queixas respiratórias. Exames realizados no próprio "Álvaro Azzuz" indicaram a paralisação de um dos rins. Desde então, a paciente segue internada, mas sem acesso à tomografia e a exames mais complexos, disponíveis apenas em hospitais com maior estrutura.
“A creatinina dela só aumenta. Chegou com 4,0, caiu para 3,6, mas hoje já está em 5,4. E nada de vaga. A dor só piora, ela não se alimenta, e ainda nos dizem para aguardar”, relatou a filha, indignada. O nível ideal de creatinina no sangue, para mulheres, geralmente varia entre 0,6 e 1,2 mg/dL.
Apesar da estrutura limitada, a equipe médica do pronto-socorro segue realizando todos os atendimentos possíveis. “O atendimento aqui é bom, eles fazem o que podem. Mas os exames se repetem, porque não há mais o que fazer sem a tomografia. E a cada dia ela piora”, lamentou Fernanda.
Prefeitura de Franca
A Secretaria Municipal de Saúde informou, por meio de nota, que Maria Abadia foi acolhida e incluída no Siresp (Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo), responsável pela distribuição de leitos hospitalares na região. O sistema é gerenciado pela Secretaria de Saúde do Governo do Estado de São Paulo.
Segundo a Prefeitura, nesta segunda-feira, 35 pacientes estavam na mesma situação, aguardando transferência.
Os números, no entanto, divergem. A Santa Casa de Franca informou que, atualmente, 42 pacientes aguardam vaga na fila do Siresp, além de outros quatro na fila interna da unidade. Esses quatro já foram atendidos e aguardam apenas a liberação de leitos de internação, segundo a assessoria do hospital filantrópico.
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Comentários
1 Comentários
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Darsio 08/07/2025Mas, pergunto aos mais de 60% dos francanos que aprovam o Tarcísio, por qual motivo o governador continua a negar leitos hospitalares aos que deles precisam? Onde ele enfiou os mais de 12 bilhões que tirou da educação e que dizia investir na saúde? Afinal, o que o Tarcísio fez de bom para a cidade até agora? Não vale dizer a enxurrada de radares que ele está inundando as nossas rodovias. Viram!!!!!!