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Motor home da fé: pais acampam por filho entre orações e lágrimas

Por Guilherme Renan | da redação
| Tempo de leitura: 2 min
Guilherme Renan
Alisson Ramos Galinari Rossi, 20 anos, enfrenta quadro de saúde grave; pais permanecem em motor home em frente à Unimed e pedem orações como forma de apoio
Alisson Ramos Galinari Rossi, 20 anos, enfrenta quadro de saúde grave; pais permanecem em motor home em frente à Unimed e pedem orações como forma de apoio

Há dias, um motor home estacionado discretamente em frente à Unimed de Birigui tornou-se símbolo de amor incondicional, fé e resistência. É ali que Clayton Rossi, de 50 anos, e Luciana Galinari, de 53, se abrigam todas as noites enquanto acompanham a luta do filho Alisson Ramos Galinari Rossi, de 20 anos, internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.

Naturais de Penápolis, eles enfrentam uma das fases mais difíceis de suas vidas. Alisson, que tem síndrome de Down, foi inicialmente diagnosticado com um problema na vesícula, mas seu quadro se agravou rapidamente. Ele passou por três cirurgias delicadas — para retirada da vesícula, do apêndice e de um coágulo no cérebro — após complicações envolvendo suspeita de infarto, AVC e dificuldades respiratórias.

“Tudo aconteceu de forma muito rápida, como um pesadelo do qual não conseguimos acordar. Vivemos um turbilhão de angústia e medo, mas nos mantemos firmes pela fé”, desabafa Clayton, que, ao lado da esposa, adotou Alisson e o irmão mais novo, Alex, de 17 anos, também com síndrome de Down.

A primeira crise de saúde ocorreu quando Alisson passou mal ao chegar à escola, com suor frio, indisposição e desmaios. Atendido inicialmente em Penápolis, foi transferido com urgência à medida que seu quadro exigia cuidados intensivos e mobilização por uma vaga na UTI da região.

Amor sobre rodas

O motor home, antes usado para lazer e viagens em família, hoje é abrigo de resistência. “Usamos para dormir, guardar nossas coisas e ter um mínimo de conforto. Mas o coração está o tempo todo ali, na UTI, com o Alisson”, conta Luciana. Durante o dia, o casal permanece na recepção do hospital e se reveza com familiares para cuidar de Alex, que sente profundamente a ausência do irmão.

A família não está sozinha. Amigos, parentes e até desconhecidos têm oferecido ajuda com refeições, espaço para banho e palavras de carinho. Apesar das ofertas de doações materiais, Clayton é direto: “O que mais precisamos agora são orações. De qualquer religião, de qualquer crença. A fé é o que tem nos sustentado.”

Agradecimento emocionado

Entre lágrimas e esperança, Clayton faz questão de registrar sua gratidão: “Gostaríamos de agradecer, de coração, a todos os funcionários da Unimed de Birigui pelo tratamento humanizado que estamos recebendo todos os dias. E à equipe do Dr. Otávio, por todo o cuidado e dedicação com nosso filho.”

Alisson segue em estado estável, mas requer cuidados constantes. Enquanto isso, sua história comove e mobiliza a comunidade. Em frente ao hospital, uma família segue firme, unida, alimentando a esperança com fé e amor — e acreditando, acima de tudo, que o reencontro entre os irmãos está cada vez mais próximo.

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