DIA NACIONAL

Histórias que nascem do amor: adoção transforma vidas

Por Guilherme Renan | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Casal homoafetivo, mãe solo e famílias diversas compartilham suas jornadas no Dia Nacional da Adoção e mostram que vínculo verdadeiro vai além da biologia
Casal homoafetivo, mãe solo e famílias diversas compartilham suas jornadas no Dia Nacional da Adoção e mostram que vínculo verdadeiro vai além da biologia

O Dia Nacional da Adoção, celebrado neste domingo, 25 de maio, é mais do que uma data simbólica: é um lembrete da força do afeto, da escolha consciente e da formação de famílias por meio do amor. Em Birigui, diversas histórias inspiradoras florescem dentro do GAAB – Grupo de Apoio à Adoção de Birigui, coordenado por Rosângela Bezerra, também mãe por adoção.

Formado por pais e pretendentes voluntários, o grupo atua como rede de apoio durante todas as fases do processo: antes, durante e depois da chegada do filho. As reuniões mensais e os encontros promovem trocas emocionantes e orientações práticas, acolhendo dúvidas, medos e alegrias de cada trajetória. “Celebrar o Dia da Adoção é celebrar o amor incondicional, principalmente quando esse amor acolhe crianças com deficiência ou adolescentes em busca de pertencimento”, destaca Rosângela.

Família Soares: o reencontro com o destino

Para Lilian e Vitor, o desejo de adotar sempre esteve presente. Após perderem uma filha recém-nascida e se depararem com a impossibilidade de nova gestação, decidiram retomar o projeto da adoção. A filha Alice chegou em 2023, por meio de busca ativa. “Sempre soubemos que ela teria cerca de 6 anos. Quando vimos sua foto, eu soube que era ela. A Alice tem autismo nível 3 e ainda não fala, mas se comunica com o olhar e o sorriso”, conta Lilian.

Mesmo diante de alertas médicos e do afastamento de pessoas próximas, o casal se manteve firme. “Ela não é filha da nossa biologia, mas é filha da nossa alma. Hoje, ela é luz em nossas vidas e irmã do Samuel, com quem criou um vínculo lindo.” O apoio do GAAB foi essencial durante todo o processo.

Família Cintra: dois pais, três filhos e o amor multiplicado

Thiago Rogério e Antonio iniciaram o processo de adoção em 2017, primeiro como pai solo e, depois, como casal. Após muita espera e reflexões nas reuniões do GAAB, decidiram abrir seu perfil para adoção tardia e múltipla. Em 2022, conheceram três irmãos de 10, 8 e 6 anos por busca ativa. A convivência foi tranquila e, em 2023, os documentos foram oficializados.

“O grupo nos ajudou a quebrar preconceitos, entender nossas limitações e enxergar a adoção com profundidade”, afirma Antonio. “Ser pai não é um mar de rosas, mas é o que há de mais gratificante na vida. Hoje, somos cinco, e nossa casa é cheia de risos, desafios e amor.”

Thiago e Liliane: o milagre chamado Vitor

A história de Thiago e Liliane é marcada pela superação. Após descobrirem que Thiago não poderia ter filhos por sequelas de uma internação prolongada, decidiram adotar uma criança com deficiência. “Minha esposa é psicopedagoga e intérprete de Libras. Juntos, decidimos que poderíamos acolher uma criança surda.”

Foi assim que encontraram Vitor, menino surdo que aguardava adoção desde os dois anos e meio. Após burocracias e até obstáculos criados por uma funcionária do abrigo, conseguiram a guarda definitiva em julho de 2023. “Hoje, com terapias e muito amor, Vitor se desenvolve de forma impressionante. Este dia 25 é um marco de gratidão e vitória para nossa família.”

Elisabeth: a força da mãe solo por escolha

Para Elisabeth, a adoção como mãe solo foi um projeto de vida. Com coragem e convicção, enfrentou preconceitos e desafios emocionais para ser referência na vida do filho. “Ser mãe solo não é romântico. É real, é intenso e exige uma rede de apoio. O GAAB foi essencial para entender que não estou sozinha.”

Ela ressalta que o apoio psicológico e o fortalecimento emocional são pilares para quem escolhe essa jornada. “Escolhi meu filho. Ele é meu amor escolhido. Cada sorriso dele me lembra que tudo vale a pena.”

O papel do GAAB

O GAAB de Birigui é um espaço de acolhimento, escuta e orientação. O grupo promove reuniões mensais, participa de buscas ativas e compartilha dúvidas e experiências com pais que já adotaram ou ainda aguardam seus filhos — tudo de forma voluntária e gratuita. Para mais informações, acesse o Instagram: @gaab_birigui.

“Família é vínculo, é decisão diária de amar, cuidar e pertencer. Que neste Dia da Adoção, mais corações se abram para o amor que transforma”, finaliza Rosângela.

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