
A Delegacia Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Araçatuba foi acionada nesta sexta-feira, dia 18, para apurar um furto de grandes proporções ocorrido em uma loja de armas localizada na Avenida João Rodrigues Fernandes, em Auriflama. O caso, que inicialmente parecia uma invasão comum, revelou uma trama envolvendo o próprio proprietário do estabelecimento e seu irmão, dependente químico.
De acordo com o relato inicial, o furto foi descoberto após um comerciante vizinho notar sinais de arrombamento nos fundos da loja e alertar o dono. Ao verificar o cofre do local, que não era acessado desde a última terça-feira, o proprietário constatou a violação da parede e acionou a Polícia Militar.
Foram furtadas cerca de 63 armas de fogo — entre pistolas, revólveres e uma carabina — além de aproximadamente 30.960 munições, de calibres permitidos e restritos. A Polícia Técnico-Científica foi acionada e não encontrou sinais de arrombamento nos acessos externos da loja. Pelo contrário: tudo indicava que o cofre havia sido aberto de dentro para fora, reforçando a hipótese de acesso privilegiado ao local.
Chamou a atenção dos investigadores o fato de armas de maior valor, como fuzis, não terem sido levadas, e de o proprietário ter retirado suas armas pessoais dias antes do crime, escapando de qualquer prejuízo direto. Além disso, uma das armas supostamente furtadas já constava como localizada em boletim de ocorrência anterior, registrado em Franca, sem que o dono da loja tivesse comunicado o fato.
Imagens de segurança fornecidas por um vizinho revelaram que, no dia 16, um homem entrou no local pelo portão lateral e saiu carregando uma caixa. O proprietário reconheceu o suspeito como sendo seu irmão, usuário de drogas. Localizado pela polícia, ele confessou informalmente o crime, relatando que usou uma cópia da chave para entrar na loja e arrombar a parede do cofre com ferramentas.
Na casa do irmão foi encontrada uma pistola Taurus PT59, calibre 380, com 18 munições intactas e dois carregadores. Ele também afirmou ter distribuído parte das armas para cidades como São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, com apoio de um terceiro envolvido — e, segundo ele, com o conhecimento do próprio irmão, dono da loja.
Os três suspeitos — o proprietário, seu irmão e o terceiro indivíduo — foram levados à Delegacia de Polícia de Auriflama. Embora nada de ilícito tenha sido encontrado na residência do terceiro, ele foi autuado junto com os demais. As acusações incluem furto qualificado, associação criminosa, comunicação falsa de crime e crimes previstos nos artigos 12 e 17 da Lei 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento).
O Boletim de Ocorrência foi registrado pela Delegacia de Polícia de Auriflama, e as investigações seguem sob a coordenação da DEIC, com o objetivo de identificar todos os destinos do arsenal subtraído e eventuais outros envolvidos. A ação mobilizou vários setores da Polícia Civil de Auriflama e Araçatuba, além da Polícia Militar.
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