
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) manifestou preocupação com o remanejamento de policiais civis para o funcionamento de sete novas Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) em sistema 24 horas, anunciado pelo governo estadual. A entidade alerta que a Polícia Civil já enfrenta um déficit de 14.589 servidores em diversas funções e que a criação dessas unidades pode comprometer ainda mais o atendimento nas delegacias e a eficiência das investigações, sobrecarregando os profissionais. Segundo a presidente do Sindpesp, Jacqueline Valadares, algumas regiões precisarão criar novos plantões permanentes ou estabelecer revezamentos para manter o funcionamento das novas delegacias.
O Sindicato também questiona a falta de planejamento sobre a estrutura necessária para essa ampliação e cobra do governo estadual a realização de concursos públicos para suprir o déficit de efetivo. Em ofício enviado à Delegacia Geral de Polícia, o Sindpesp solicitou um estudo sobre a capacidade estrutural para a abertura das DDMs em período integral, além de questionar se haverá indenização para os policiais deslocados e se a jornada máxima de 40 horas semanais será respeitada. A entidade ainda reforça a necessidade de reclassificação das DDMs para garantir melhores condições de trabalho e atendimento mais qualificado às vítimas de violência.
Apesar das críticas à execução da medida, o Sindpesp reafirma a importância da ampliação do atendimento às mulheres vítimas de violência, desde que acompanhada de investimentos adequados. “A criação das DDMs foi um marco na proteção das mulheres paulistas, e a expansão do serviço 24 horas é necessária. No entanto, é fundamental que haja um planejamento detalhado para garantir que os recursos humanos sejam aplicados de forma otimizada, sem agravar a sobrecarga dos policiais civis”, conclui Jacqueline.
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