
Reconhecimentos agradam. Em especial quando procedem de gente gabaritada. O ministério da catequese tem, como um de seus objetivos primários, lembrar e conscientizar pais e catequizandos, do valor e alcance da sublime afirmação pronunciada na celebração do batismo ao declarar o batizado: filho/filha de Deus! O ministério de catequese, em estreita colaboração com os pais, se dedica para educar o catequizando a viver em plenitude sua filiação divina.
Sabido é que a primeira, e mais fundamental, experiência de catequese se dá em família. É na compenetrada vivência religiosa da família que os pequenos tomam consciência da nobreza e do alcance de sua filiação divina. O Reino de Deus se destaca por relacionamentos fraternos e intercâmbios respeitosos entre os irmãos. Entende-se porque o primeiro e indispensável ambiente privilegiado de catequese é a família. Criança aprende vendo e imitando.
Os encontros de catequese complementam essa fundamental conscientização. O amadurecimento de uma criança se dá por rupturas. Chega a hora quando é preciso sair do seguro aconchego do lar para enfrentar os desafios do conturbado e diversificado convívio social. Os valores aprendidos no lar enfrentam primeiro duro teste.
Surge a natural insegurança quanto ao efetivo valor de suas diferentes referências. Sente necessidade de apoio psicológico e afetivo, que já não pode ser oferecido somente pela família. A criança sente a necessidade de enturmar-se com colegas que abraçam os mesmos princípios e seguem os mesmos valores. Emerge a importância da catequese paroquial. Emerge, igualmente, aspecto outro fundamental frequentemente desconhecido. Catequese não é aula de religião. Aulas são administradas nas escolas.
Catequese é, fundamentalmente, encontro comunitário, convívio fraterno fundamentado em valores. O próprio termo catequese evoca a dimensão de eco, de ressonância na vida. Nos encontros de catequese, o catequizando vai se fortalecendo na convicção de que seu comportamento é diferente não por causa de obrigações e regras impostas. Mas por uma consequência natural e lógica de valores abraçados.
Convence-se que tratar bem o semelhante é ilação natural de enxergar o Cristo na pessoa do irmão. Entende que participar da Eucaristia não é obrigação imposta, mas necessidade intrínseca de quem faz parte de uma família religiosa. Não há alegria mais pura, que sentar-se à mesa junto com irmãs e irmãos declaradamente amados pelo Irmão Maior, Jesus Cristo!
Iniciada no convívio familiar e complementada nos encontros paroquiais, a catequese abre a porta da fé para os pequenos. Os convence, especialmente a partir do exemplo de pais e catequistas, que o caminho da fé é dinâmico e progressivo. Não há formatura na catequese! O diploma se consegue não fim da vida quando ressoa, novamente, o distinto reconhecimento: vinde, bendita/bendito, participar do banquete eterno!
Padre Charles Borg é vigário-geral da Diocese de Araçatuba
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