Curtir... comentar... compartilhar! Manifestos e opiniões nas redes sociais representam reais provocações! O impulso para reagir imediatamente é quase irreprimível. Aquela caixa de comentários vazia atiça. Muitos, com lamentável frequência, acedem à compulsão. Reagir impulsivamente ensina a milenar sabedoria popular, raramente produz boas consequências e benéficos resultados.
Se sempre é aconselhável pensar antes de falar, que dirá na hora de redigir textos com potencial de alcançar sem numero de pessoas e com o agravante de o exposto permanecer acessível por tempo indeterminado! Publicar comentários e resenhas nas várias plataformas da mídia não deixa de ser proposta extraordinariamente produtiva. Reconhece-se que muitos têm sido os benefícios resultantes dessas exposições.
Informar, esclarecer e partilhar conhecimentos representa inestimável serviço à grande comunidade. Lamentavelmente, porém, é de se admitir que não são poucas as publicações que têm provocado danos irreparáveis na vida de pessoas e causado consideráveis caos e distúrbios em vários setores de convívio comunitário.
Manipulações de acontecimentos, edições de imagens e distorções de falas abundam nas plataformas virtuais, protegidas, muitas vezes, por ardilosos anonimatos. Interesses ideológicos, projetos políticos e ganâncias econômicas patrulham a frequência de acessos e cuidam de alimentar com insistente regularidade preferências e tendências. Formidáveis as logísticas visando aliciar e influenciar um número sempre maior de simpatizantes. Reconhece-se, neste pulsante foro, nem sempre se consegue controlar o impulso de emitir comentários e observações.
Emerge o sério dever ético e a grave responsabilidade moral embutidas nessas participações midiáticas. Urge sempre lembrar, palavras, ditas ou escritas, se assemelham a flechas, uma vez liberadas não há como segurar! A milenar sabedoria popular aconselha sempre ponderar antes de falar, saber escolher a maneira adequada e a hora apropriada para manifestar-se. Nunca, nunca se deve reagir impulsivamente, em especial quando se percebe dominado por iras, ressentimentos, mágoas. Como também por euforias ou alegres excitações.
Algumas providências práticas contribuem para o correto, moral e benéfico uso dessa poderosa ferramenta de comunicação. Sempre recomendável é procurar conhecer todos os fatos e verificar a lisura das fontes. Importa avaliar as possíveis repercussões da publicação; a quem interessa? Qual o motivo? Quem pode aproveitar? Quem pode ficar prejudicado? Com que interesse, afinal, redijo e divulgo?
Sem limites é o alcance das redes sociais, tanto para o mal como para o bem. A sedução é sutil, instigante! Pautados pela ética e regidos pela prudência, comentários, curtidas e partilhas embutem considerável potencial para aproximar pessoas, ampliar conhecimentos e suscitar iniciativas de solidariedade!
O padre Charles Borg é vigário-geral da Diocese de Araçatuba
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