RELIGIÃO

Perdão e paz (segunda parte)

Por Padre Charles Borg | Especial para a Folha da Região
| Tempo de leitura: 2 min

O dia primeiro de janeiro é dedicado à paz universal! É hábito o papa dirigir uma mensagem, endereçada a todas as pessoas de boa vontade, a refletir sobre a paz. A mensagem seleciona um assunto candente e convida a ponderar sua importância para a construção da paz no mundo. Na mensagem deste ano, 2025, ano jubilar, o Papa Francisco reflete sobre a importância do perdão na construção da paz. Selecionei mais alguns trechos desta oportuna reflexão:

A esperança nasce da experiência da misericórdia de Deus, que é sempre ilimitada. Ele, que não deve nada a ninguém, continua a conceder incessantemente graça e misericórdia a todos os homens. Bastar-nos-ia parar por um momento, no início deste ano, e pensar na graça com que ele sempre perdoa os nossos pecados e anistia todas as nossas dívidas, para que o nosso coração se encha de esperança e de paz.

Dessa forma, para perdoar uma dívida aos outros e dar-lhes esperança, é preciso que a própria vida esteja cheia dessa mesma esperança que vem da misericórdia de Deus. A esperança é superabundante em generosidade, não é calculista, não olha para a contabilidade dos devedores, não se preocupa com o seu próprio lucro, mas tem um único objetivo: levantar os caídos, curar os quebrantados de coração, libertar de todas as formas de escravidão.

Apelo para desenvolver uma nova arquitetura financeira que conduza à criação de um acordo financeiro global, baseado na solidariedade e na harmonia entre os povos. Apelo ainda para que se firme compromisso de promover o respeito pela dignidade da vida humana, de modo que cada pessoa possa amar a sua vida e olhar para o futuro com esperança.

Sem esperança na vida, é difícil que surja no coração jovem o desejo de gerar outras vidas. Urge encontrar um gesto concreto que possa favorecer a cultura da vida. Refiro-me à eliminação da pena da morte em todas as nações.

Apelo outrossim para que utilizemos pelo menos uma porcentagem fixa do dinheiro gasto em armamentos para a criação de um fundo mundial que elimine definitivamente a fome e facilite a realização de atividades educativas nos países mais pobres que promovam o desenvolvimento sustentável, lutando contra as alterações climáticas. O futuro é um dom que permite ultrapassar os erros do passado e encontrar novos caminhos de paz.

A verdadeira paz só pode vir de um coração desarmado da ansiedade e do medo da guerra. Que 2025 seja um ano em que a paz cresça. Para tanto é preciso desarmar o coração. Para tanto, é suficiente algo simples como um sorriso, um gesto de amizade, um olhar, fraterno, uma escuta sincera, um serviço gratuito. A paz vem com o advento de um mundo novo, um mundo no qual nos descobrimos diferentes, mais unidos, mais irmãos do que poderíamos imaginar. Conceda-nos, Senhor, a tua paz! 

O padre Charles Borg é vigário-geral da Diocese de Araçatuba

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