
Esperança energiza! Num gesto altamente profético, o Papa Francisco decidiu abrir a segunda porta santa, neste ano jubilar 2025, na prisão de Rebibbia, nos arredores de Roma. Ao deixar de lado o texto escrito, confidenciou aos internos, como também aos oficiais presentes, que sua intenção de fixar uma santa porta em uma cadeia é para lembrar que, em certo sentido, todas as pessoas são prisioneiras, encarceradas em presunções, preconceitos e medos!
A cadeia insinua o fim de feliz futuro. Mesmo assim, sempre é tempo de enxergar novos horizontes. Maduro está o tempo de abrir as portas para a esperança, conclamou o santo padre! Jesus Cristo não morreu em vão!
Mister se faz compenetrar-se do legítimo e significativo sentido bíblico da virtude da esperança. Em sua dimensão mística, esperança nada tem de passividade. Muito menos de resignação submissa. Ao contrário, em seu significado bíblico, a esperança evoca aplicada atividade enraizada em firmes convicções.
Na sua alocução aos detentos de Rebibbia, o Papa Francisco lembrou e comparou a esperança àquela tensão que se observa nas cordas que seguram a embarcação ao píer. Mais que torcida, é certeza confiante na capacidade da corda de segurar a embarcação. É o peregrino que caminha sem cansar. Enfrenta dificuldades e fadigas no trajeto, não cansa, todavia, nem desanima, pois confia no feliz desfecho! Adverte-se que a certeza no feliz desfecho não advém da presunção do peregrino, mas na convicção da presença paterna de Deus que prometeu caminhar junto.
É a nobre razão por que a Palavra de Deus declara solenemente que a esperança bíblica não decepciona! Quando Deus promete, ele jamais trai. Os resultados, às vezes, demoram a aparecer. A difusa incompreensão induz a hesitar. Sustentado pela esperança, que age como aquela resiliente corda, o fiel seguidor de Jesus não desanima. Confia no tempo de Deus! A virtude da esperança imbui no fiel peregrino a determinação de seguir avante, serenamente confiante, na vitória final do bem, do amor, da justiça!
A porta santa – símbolo maior do ano jubilar – é porta da esperança! Passa por ela quem está determinado a levar alento a quem, e onde, mais se faz necessário. Passa pela santa porta o peregrino decidido a deixar para traz toda hesitação, todo dúbio, toda preguiça, resolvido a semear novo estímulo a quem, e onde, mais for preciso. Emerge salutar corolário: o aplicado peregrino da esperança, naturalmente atrai novos obreiros, naturalmente gera novos companheiros de caminhada.
Não se concebe passar solitário pela santa porta! O desânimo grassa. O futuro alarma. Imperioso se faz levantar o lábaro da bíblica esperança, a convocar os batizados a seguirem peregrinando destemidos, passo a passo, firmes em iniciativas de bondade, de acolhida, de misericórdia. De crença, em suma, no ser humano! A esperança não decepciona. A esperança energiza!
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