CRÔNICA

Morreu o Magrão

Por Jeremias Alves Pereira Filho | Especial para a Folha da Região
| Tempo de leitura: 2 min

Ooops... Dr. Luiz Armando de Almeida Ferrari! Era múltiplo o Luiz: advogado, CEO de empresa, financeiro, administrativo, conselheiro, consultor... O que lhe fosse proposto pela frente, desempenhava com esmero e dedicação.

Mas era também um boa praça e não tenho na memória lembrança de encontrá-lo de cara amarrada ou reclamando de alguém ou alguma coisa.

Sempre com seu largo sorriso esparramado no rosto e longos braços abertos estendidos para afetuoso abraço. Chamado de Magrão porque já nasceu “alto e magro” e assim foi durante a infância, juventude e na vida adulta, com o acréscimo de alguns quilinhos. Nunca perdeu o carinhoso apelido, que tirava de letra, como se fosse seu nome de batismo.

No Paulistano, clube no qual jogava decente futebol, era frequentador assíduo do bar térreo, onde bebericavam cervejeiros amadores com vocação profissional para celebrar vitórias e derrotas, tanto na companhia dos vencedores como dos perdedores. Bar na concepção antiga da arquitetura do clube, época em que o imenso balcão de mármore serpenteava o átrio entre a portaria e a piscina social, ao redor da colunata que sustentava – e ainda bem sustenta – a enorme laje do piso superior.

As colunas serviam de suporte para aparadores de copos e de corpos. Fato é que os atletas de copo jamais frequentavam as “colunas sociais” do clube e, bem por isso, se sentiam satisfeitos por serem autênticos “colunáveis”, quase proprietários das colunatas que justamente garantem a sustentação da sede da entidade. Não precisavam mais que isso.

Após a reforma que sacrificou parte do sinuoso e belíssimo balcão, reduzindo–o ao “necessário”, os habituais frequentadores permaneceram fiéis à tradição e jamais abdicaram do espaço e do bem humorado título, auferido ao longo de hectolitros de cerveja. E continuaram para sempre se autoproclamando “os colunáveis”, mesmo não mais tão próximos das colunatas.

O Magrão, de tanto assim proceder, era o líder e o próprio “Colunável”, título honorífico que levou para a eternidade por causa de uma estúpida pneumonia. Jeremias Alves Pereira Filho Sócio de Jeremias Alves Pereira Filho Advogados Associados; Especialista em Direito Empresarial e Professor Emérito da UPM-Universidade Presbiteriana Mackenzie. Araçatubense nato. Morreu o Magrão.

Jeremias Alves Pereira Filho - Sócio de Jeremias Alves Pereira Filho Advogados Associados; Especialista em Direito Empresarial e Professor Emérito da UPM-Universidade Presbiteriana Mackenzie. Araçatubense nato.

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