Continuo apresentando trechos da mensagem do Papa Francisco sobre a celebração do Jubileu da Esperança a dar-se no próximo ano 2025.
Escreve o Papa: sabe-se que a vida é feita de alegrias e sofrimentos, que o amor é posto à prova quando aumentam as dificuldades e a esperança parece desmoronar-se diante do sofrimento. Em tais situações, descobre-se que a evangelização é sustentada pela força que brota da cruz e da ressurreição de Cristo. Isto faz crescer uma virtude, que é parente próxima da esperança: a paciência. Habituamo-nos a querer tudo e agora, a pressa se torna uma constante. A paciência foi posta em fuga pela pressa, alimentando com isso a intolerância, o nervosismo e, por vezes, a violência gratuita, gerando insatisfação e isolamento. Redescobrir a paciência faz bem a nós próprios e aos outros. Deste entrelaçamento de esperança e paciência, resulta claro que a vida cristã é um caminho. Pôr-se a caminho é típico de quem anda à procura do sentido da vida. Não é por acaso que a peregrinação representa um elemento fundamental de todo o evento jubilar. A peregrinação à pé favorece muito a redescoberta do valor do silêncio, do esforço, da essencialidade.
É preciso prestar atenção a tanta bondade que existe no mundo e saber transforma-la em sinal de esperança. Que o primeiro sinal de esperança se traduza em paz para o mundo, mais uma vez imerso na tragédia das guerras. Será excessivo sonhar que as armas se calem e deixem de difundir destruição e mortes? A necessidade da paz interpela a todos e impõe a prossecução de projetos concretos. Olhar para o futuro com esperança equivale a ter também uma visão de vida carregada de entusiasmo para transmitir. A primeira consequência desta falta de perspectiva é a perda do desejo de transmitir a vida. Em várias partes do mundo assiste-se a uma preocupante queda de natalidade. Culpar o incremento demográfico em vez do consumismo exacerbado e seletivo de alguns é uma forma de não enfrentar o problema.
No Ano Jubilar, os cristãos são chamados a ser sinais palpáveis de esperança para muitos irmãos e irmãs que vivem em condições de dificuldade. Penso nos presos, sujeitos, não raramente, a condições desumanas de sobrevivência, e na ingente tarefa de lhes devolver a esperança, encontrando meios de reeduca-los e de inseri-los novamente no convívio social. Urge reclamar, com coragem, respeito pelos direitos humanos e pela abolição da pena de morte. Sinais de esperança hão de ser oferecidos aos doentes. As obras de misericórdia também são obras de esperança. E de sinais de esperança também têm necessidade os jovens. Já é triste ver jovens sem esperança. Por outro lado, como é belo vê-los irradiar energia quando voluntariamente arregaçam as mangas e se comprometem nas situações de calamidade e mal-estar social. Mantenhamo-nos, pois, próximos aos jovens, alegria e esperança da igreja e do mundo. Continua...
Padre Charles Borg é vigário-geral da Diocese de Araçatuba
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