Como todos estão cansados de saber, não sou e nunca fui especialista na técnica futebolística, embora convivamos com o antigo boato de que “todo brasileiro é um pouco técnico de futebol”. Puro estigma resultante do aforisma de que o brasileiro “nasce com a bola nos pés”.
Mentirinha desculpável cai bem é na cesta do folclore. Brasileiro nasce descalço como qualquer outro. E quando nasce, porque em rincões remotos e miseráveis, de pobreza extrema, muitos – bota muitos nisso – sequer cumprem o prazo de gestação e não arrebentam para a vida.
Mas o que me levou a repetir o tema da coluna passada, na crônica em que reclamei do apagão da AEA e, de passagem, mencionei a Seleção Masculina de Futebol, que vem “praticando” futebol da pior qualidade, foram os espetaculares fracassos dos seus dois últimos jogos: a magra vitória sobre o Equador, que merecia ganhar, e a derrota para o Paraguai, merecida também, pelo torneio de classificação para a Copa do Mundo nos USA, México e Canadá. Cheguei a praguejar que a Selecinha corria o risco até de ficar de fora pela primeira vez na história do campeonato mundial.
Nem adianta alguém vir me argumentar de que o grupo é jovem, ainda não se entrosou e que é necessário dar crédito ao técnico e seus pupilos. E que tudo isso não passa de intolerância injustificada da minha parte e daqueles atrevidos torcedores que vaiaram o escrete nacional a ponto de puxar “olé” a favor do valente time paraguaio, como fizeram igualmente em Curitiba, para prestígio dos dedicados atletas equatorianos.
Fato é que os craques nacionais, milionários em dólares e euros, de cabelinhos bem cortados, cheios de “fashion”, brinquinhos de brilhante nas orelhas, carrões luxuosos, afagados por levas de “maria chuteira” e cercados pelos “parça”, não têm porque perder tempo jogando futebol de verdade, simples e com objetivo de gol. Estão, em enorme maioria, apenas cumprindo tabela. Mas só por aqui, porque lá fora, na Europa, Inglaterra e Arábia, onde estão seus clubes, a coisa aperta e, se não jogar bola e mostrar serviço, não são sequer escalados e “pegam cerca”. Imediatamente!
Jeremias Alves Pereira Filho - Sócio de Jeremias Alves Pereira Filho Advogados Associados; Especialista em Direito Empresarial e Professor Emérito da UPM-Universidade Presbiteriana Mackenzie. Araçatubense nato.
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