Começou! Quem era pré-candidato, agora é oficialmente candidato e certamente já iniciou sua corrida rumo às eleições municipais 2024 para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador de cada município desse país.

Meu conselho singelo para quem quer conquistar representatividade política por meio dos votos: senhores políticos, cerquem-se de uma equipe profissional se quiserem ter êxito. Comecem baseando-se em pesquisas oficiais, feitas por especialistas. O boca a boca, “eu acho que”, “na minha opinião” não são caminhos confiáveis nem seguros e podem gerar grande desperdício de verbas.

Em segundo lugar, invistam em publicidade “limpa”, no duplo sentido: aquela que não gera nem poluição visual nem ambiental e, especialmente, aquela que se baseia na verdade. 

Como temos visto nos últimos tempos, as “fake news” corrompem a legitimidade do processo, além de ser crime, agora facilmente denunciável pelo SOS Voto, por meio do número de telefone 1491, do TSE (Tribunal Sulperior Eleitoral). Não corra riscos.

Para os eleitores, alguns lembretes: Agora é a hora que sua caixa postal do e-mail lota, os celulares apitam de meio em meio segundo com mensagens nos aplicativos de conversas e até quem você nunca viu vai querer apertar sua mão na rua, na feira, na padaria, no mercado. 

Caro eleitor, aceite um conselho: é preciso se preparar para essa verdadeira guerra que os candidatos travam em busca de representatividade e cargos públicos (alguns mais interessados nos cargos públicos e salários do que na representatividade). Cada voto conta e o seu é muito importante, não o desperdice.

Na tentativa de ajudar, vou elencar aqui algumas ações que você pode fazer com calma até o dia da eleição e escolher, sem constrangimentos, aquele ou aquela que melhor vai te representar nos próximos quatro anos. 

Primeiramente lembre-se: Seu voto é secreto, sigiloso, ninguém, além de você, saberá os números que você apertará na urna, então fique tranquilo. Aja com cordialidade com todos, mas escolha apenas aquele ou aquela que tem seus princípios, valores e uma história na defesa das causas que você acredita.

Em segundo lugar, uma sugestão importante: vote em quem estudou. Ter conhecimento é primordial para entender as leis, seja para aplicá-las, como prefeito ou vice, seja para criá-las, como vereadores. Só quem estudou e continua lendo e se informando acompanha a evolução, conhece novidades de gestão pública e se interessa por questões polêmicas, como as causas sociais e o meio ambiente, por exemplo.

Eu sei, eleitor, que você sabe que para se candidatar no Brasil, o político não pode ser analfabeto, como prevê nossa Constituição Federal. Então entenda que não estamos falando de diploma, estamos falando de conhecimento. Tem muita gente com diploma, mas com pouco conhecimento.

Outro fator importante: não vote em desconhecidos que apenas aparecem de quatro em quatro anos na sua porta pedindo sua confiança. E, às vezes, porque estão bem-vestidos e falam bem, geram credibilidade. Não pode funcionar assim.

Vote em quem você conhece, em quem você sabe que luta para resolver os problemas da sua comunidade, do seu bairro, em alguém que já faz um trabalho em prol da coletividade, portanto consegue representar seus interesses.
 
Mais um fator importante: para ter representatividade, especialmente na Câmara Municipal, o perfil dos eleitos deve contemplar a diversidade: homens e mulheres; brancos, negros, amarelos, indígenas; mais jovens e mais velhos; pessoas com deficiência; pessoas da comunidade LGBTQIA+, entre outros grupos. Um perfil único de Câmara Municipal não permite voz de fala a todos os grupos sociais. Simples assim.

Então, da mesma forma que os candidatos vão trabalhar para serem eleitos, os eleitores precisam “trabalhar” para escolherem seus melhores representantes. O trabalho do eleitor é se informar em fontes confiáveis. Participem ativamente do processo. Eleger pessoas ruins prejudicará a cidade por pelo menos quatro anos.

Ayne Regina Gonçalves Salviano, jornalista, especialista em Didática, mestre em Comunicação e Semiótica, com MBA Internacional de Gestão Executiva.