Crônica

Bom Odori

Por Jeremias Alves Pereira Filho | Especial para a Folha da Região
| Tempo de leitura: 2 min

A centenária colônia trouxe na bagagem fortes padrões culturais impregnados milenarmente no povo japonês. E, aqui, cuidou preservar costumes e tradições refletidas nos festejos folclóricos, riquíssimos de informações e significados. É o caso do Bon Odori, festa de agradecimento aos ancestrais e de alegria pela celebração. Sempre ocorre após o pôr do Sol, pois os espíritos costumam “sair à noite”. Tanto os bons como os maus. Os bons participam da festa e os maus são espantados. Equivaleria ao Dia de Los Muertos, no México, e, quem sabe, o nosso Finados mais descontraído.

Danças representando movimentos básicos do trabalho rural, especialmente a colheita de arroz, e, também, a escavação de minas de carvão. Os dois combustíveis da vida: o alimento e a energia. Trajados do “yukata”, que é o quimono de verão, os dançarinos seguem o ritmo sincopado do “taiko” – tambor milenar que convoca os espíritos dos ancestrais. Muita comida típica para aplacar a fome deles, dos descendentes e convidados para a festa da confraternização. Tem gastronomia farta com oniguiri, guioza, udon, takoyaki, temaki, missô, sushi e até tayaki, os deliciosos sorvetes de sabores estranhos ao tupiniquim, nunca recusados. E mais coral e apresentações artísticas especiais dos integrados à colônia japonesa.

A festança ocorre sempre em algum dia entre os meses de julho e agosto, pleno verão na Terra do Sol Nascente. Não poderia ser diferente por aqui e o Bom Odori de Araçatuba, já na sua 56ª. edição, aconteceu no dia 27 de julho, depois das 19h, no Templo Budista Hongwanji, desde sempre instalado na rua Fernando Costa 54, que abriu as portas e seu espaço para os nipos e brasileiros. Ano passado caiu no dia 19 de agosto e foi considerado uma das melhores festas japonesas no Brasil. Tal como a desse ano. Nem durante a pandemia do Covid 19 a colônia japonesa deixou de festejar, promovendo o Bon Odori virtual. A ACEA -  Associação Cultural Esportiva e Assistencial Nipo Brasileira de Araçatuba, nunca deixou “cair a peteca”!

Eu fui muitas vezes ao Bom Odori desde tenra idade(aaargh), quando meu pai, o jornalista Jeremias, me conduzia àquela festa no mesmo Templo Budista, então repleto de seus queridos amigos da colônia japonesa. Na juventude,  acostumado, eupodia ir sozinho ou acompanhado da turminha. Nunca faltava. 

 

Jeremias Alves Pereira Filho

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