Ingredientes
- 1 lata de milho verde
- 1 lata de leite
- 1 lata de açúcar
- 1 lata de fubá
- Meia lata de óleo de milho
- 2 colheres (sopa) de farinha de trigo
- 4 ovos
- 2 colheres (sopa) de coco ralado
- 1 colher (sopa) de fermento em pó
As festas juninas estão bombando por toda parte. Nas paróquias, clubes, centros comunitários, escolas, cada uma a seu modo elas resistem. Mesmo que estejam tentando descaracterizá-las, mudando seu nome.
No quesito culinária, o milho é protagonista na mesa e aparece sob a forma de pipoca, pamonha, curau, canjica, mingau, broa, polenta, cuscuz, espiga cozida ou assada... e bolo! Bolo de milho não pode faltar. Há muitas receitas práticas. Como essa, preparada no liquidificador com milho de latinha. Não se pode fazer com o milho natural? Sim, pode; mas aí é preciso dar um cozimento rápido nos grãos.
Se comprar o milho pronto para ser usado representa um avanço a quem tem pouco tempo na cozinha, as medidas unificadas também ajudam: quase tudo é medido na mesma latinha de milho, rendendo cerca de doze pedaços. Se precisar de um bolo maior, desses que as crianças costumam levar para a festa da escola, é só dobrar a quantidade de ingredientes.
Isso posto, abra a lata e comece. Escorra o líquido e coloque os grãos no copo do liquidificador. Reserve a lata para medir os outros ingredientes. Junte o óleo, os ovos e o açúcar e bata por um minuto. Em seguida agregue o fubá previamente misturado à farinha. Vá juntando o leite aos poucos e batendo. Quando a massa estiver bem misturada, desligue e coloque numa tigela. Junte o coco ralado e o fermento em pó, mexendo com colher para integrar bem. Despeje em forma untada com óleo e polvilhada com farinha. Essa forma pode ser a redonda, de buraco, tamanho médio. Ou assadeira de 20cm x30cm. Leve ao forno já aquecido a 180 graus por 40 minutos, tempo básico exigido pelos bolos. Quando dourar, use o palito para saber se está bem cozido no interior. Desenforme depois de morno. Servido com café passado na hora num desses finais de tarde fria, é um regalo para a alma.
Cereal da família das gramíneas, cultivado nas Américas e na Europa por causa dos grãos comestíveis ricos de amido, o milho é originário do México de onde se espalhou por toda a América do Sul. Sua cultura exige calor e umidade. Junto com a mandioca, foi alimento sem o qual os colonizadores portugueses e espanhóis teriam enfrentado ainda maiores dificuldades para sobreviver. Com milho os indígenas faziam farinha e beiju, alimentos que guardavam para consumir na entressafra. Quando as espigas estavam verdes, comiam-nas geralmente assadas nas fogueiras, de onde vem o costume de assim as prepararem nas festas juninas. Também era alimento religioso, já que com milho preparavam um tipo de bolo com que celebravam o nascimento das crianças.
Sobre a etimologia da palavra nada tem a ver com os idiomas das tribos indígenas. Milho vem do latim “millium”, que significa mil, e a associação se fez no espírito dos colonizadores em alusão ao número de grãos de cada espiga. Os tupis-guaranis chamavam ao milho “avati” e cada grupo tinha uma lenda para contar a sua origem.
Sonia Machiavelli é professora, jornalista, escritora; membro da Academia Francana de Letras
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