RELIGIÃO

Aleluia

A morte de Jesus não representa, para o crente, o desfecho final da história. O Servo sofredor é o Servo vencedor! Leia o artigo do padre Charles Borg.

Por Padre Charles Borg | 31/03/2024 | Tempo de leitura: 2 min
Especial para a Folha da Região

Reprodução/Redes sociais

Tiranos são todos iguais! Crentes se apresentam de maneiras diferentes! Tiranos seguem a mesma planilha de mentira, traição, corrupção, abuso de poder, eliminação violenta de opositores. Com o Nazareno não foi diferente! Jesus incomodava porque denunciava a manipulação da religião por lideranças ocupadas prioritariamente em preservar privilégios e manter aparências. Em nome de Deus, e amparado na mais transparente leitura da Palavra divina, Jesus denunciou os equívocos e insistiu em lembrar que de acordo com o projeto divino liderança religiosa é chamada a servir e não a servir-se de seu poder religioso. Dado que todos os tiranos agem de acordo com a mesma planilha, o fim humano da trajetória de Jesus só podia terminar do jeito que terminou.

A morte de Jesus não representa, para o crente, o desfecho final da história. O Servo sofredor é o Servo vencedor! Este é o vibrante evangelho anunciado e celebrado na Páscoa cristã! Pode-se imaginar, dentro da lógica humana, que a vitória de Jesus representa derrota de adversários. Ao ressuscitar glorioso, Jesus não derrotou pessoas. Desqualificou esquemas tirânicos. O que prevalece, no fim, não é a ambição, mas, sim, o divino propósito de criar fraternidade, de promover os esquecidos. Cresce quem sabe renunciar. Prospera quem sabe partilhar!

De acordo com a lógica humana, sai-se vitorioso quem derrota adversários! Ao encarnar-se, Jesus parte para desqualificar esse esquema dominador. Despe-se da glória celeste, assume a condição da categoria mais humilde na escala social, a de obediente escravo. Ao longo de seu ministério age como quem veio para servir e não para ser servido.

Mestre exímio, sabe que a lição maior sempre vem do exemplo. Em sua última refeição partilhada com seus amigos, Jesus, despoja-se de seu manto e assume a tarefa do mais desqualificado servidor, a quem cabia limpar os pés dos hóspedes do patrão. Lava Jesus os pés de seus discípulos. Insiste, contudo, em enfatizar sua atitude, confiante que, no dia em que eles, e o mundo, entendessem, a humanidade dará um salto de qualidade na vida e gozará de verdadeira liberdade. Governa quem serve e não quem se serve de prerrogativas.

Pela lógica do mundo, tal doutrina está fadada ao mais fragoroso fracasso! Ao sair vitorioso do túmulo, Jesus confirma a excelência do caminho do serviço por Ele ensinado e seguido. Ao celebrar anualmente a Páscoa, os crentes se comprometem solenemente com o único caminho capaz de regenerar a raça humana, o caminho da humildade, do voluntário serviço, do amor fraterno, em suma, vividos com generosidade e desprendimento. Com razão e júbilo se professa que a fé no Ressuscitado é alvissareiro anúncio para todas as pessoas, crentes ou não. Na Páscoa do Senhor, renasce a esperança de um mundo mais luminoso! ALELUIA!

FELIZ PÁSCOA!

Padre Charles Borg é vigário-geral da Diocese de Araçatuba.

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