
A ferrovia que corta a região de Araçatuba poderá ser dividida em duas partes. O objetivo seria facilitar a transferência da sua administração para a iniciativa privada ou para os governos estaduais. São Paulo ficaria com o trecho entre Mairinque (na região de Bauru) e Castilho. Mato Grosso do Sul assumiria de Três Lagoas a Dourados. No total são quase dois mil quilômetros de extensão.
Esta é uma das saídas estudadas no momento pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). A outra possibilidade é manter todo trecho numa única operação, que seria viabilizada por uma espécie de PPP (Parceria Público-Privada), que poderia se utilizar inclusive de recursos que a Rumo, atual concessionária que não tem mais interesse no trecho, tem a pagar num encontro de contas entre haveres e deveres da empresa dessa concessão e de outras.
Desde o fim do ano passado, um GT (Grupo de Trabalho) envolvendo diversos órgãos da administração analisa as possibilidades para que se possa tomar uma decisão em relação ao tema, já que no início de 2025 acaba o prazo de 48 meses, máximo previsto para a relicitação do ativo.
A estimativa era enviar um projeto no fim do ano passado para análise do TCU (Tribunal de Contas da União), mas não há uma proposta concreta sobre o que será feito com a ferrovia.
A Malha Oeste, que já vinha com uma operação precária desde o início do processo de concessão na década de 1990, foi praticamente paralisada pela Rumo nos últimos anos. Em 2021, a empresa obteve a aprovação de seu pedido para a devolução do trecho em modelo amigável e o governo autorizou os estudos para a relicitação por parte da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
Em maio do ano passado, foi colocada uma proposta em audiência pública que mantinha um corredor entre os dois estados, mas extinguia um ramal entre Ponta Porã e Campo Grande (MS). A proposta não agradou a representantes políticos dos estados, que não queriam a extinção do ramal e reclamavam de outros aspectos do projeto apresentado pela agência.
União da Celulose
Na audiência, empresas também pediram para que o projeto fosse dividido, já que há interesse em trechos distintos, um para transporte de minério na região de Corumbá, a oeste do Mato Grosso do Sul, em conexão com a hidrovia do Paraguai; e outro para o de celulose, conectando a região de Três Lagoas com a hidrovia Paraná-Tietê.
Além disso, duas empresas que têm interesse no transporte de celulose no estado decidiram pedir autorizações para construir suas próprias ferrovias, em trechos que seriam concorrentes ao da Malha Oeste, o que reduziria a atratividade de uma concessão pública.
Apesar de terem projetos concorrentes, Suzano e Eldorado estão avançando com os processos de licenciamento das ferrovias autorizadas e há conversas até mesmo para que façam um projeto único. (com Agência Infra)
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