INDÚSTRIA

Após anúncio de investimento de R$ 3 bi em São José, Siatt estuda fábrica em Caçapava

Prefeitura de Caçapava confirmou interesse da empresa em comprar terreno na cidade

Por Xandu Alves | 05/03/2024 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Reprodução

Míssil Antinavio da Marinha: projeto liderado pela Saitt
Míssil Antinavio da Marinha: projeto liderado pela Saitt

Após anunciar um aporte de R$ 3 bilhões de investimentos para reestruturação e expansão de suas instalações em São José dos Campos, a empresa Siatt (Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico) estuda a construção de uma nova fábrica em Caçapava.

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O anúncio do aporte do Grupo Edge, conglomerado estatal dos Emirados Árabes Unidos que integra o quadro acionário da Siatt, foi confirmado em 15 de janeiro deste ano.

As atividades da empresa que hoje operam no PIT (Parque de Inovação Tecnológica) serão transferidas para uma área próxima à Rodovia Presidente Dutra, no bairro Limoeiro, na região oeste. A expansão deve ser concluída em dois anos.

DEFESA.

A Siatt é certificada como EED (Empresa Estratégica de Defesa) pelo Ministério de Defesa do Brasil e possui longo histórico de projetos em colaboração com a Marinha e o Exército.

A empresa projeta, desenvolve e fabrica sistemas integrados com alto valor tecnológico, para atender os mercados nacional e internacional, com desenvolvimento tecnológico agregado de última geração em setores estratégicos.

Em nota, a Siatt informou que mantém o projeto de expansão de sua sede em São José dos Campos. E que se manifestará sobre Caçapava “após a conclusão do processo”.

ALTERAÇÕES.

Trata-se de mudanças na legislação da cidade para que a Siatt possa desenvolver o tipo de negócio na área de defesa num terreno de Caçapava, na divisa com Jambeiro.

Para tanto, os vereadores aprovaram alterações nas regras de uso e ocupação do solo em Caçapava. A mudança abre caminho para a instalação da Siatt em Caçapava, em um terreno de 800 mil metros quadrados, dos quais 150 mil seriam usados para as instalações.

Em nota, a Prefeitura de Caçapava disse que foi procurada pela Siatt, no final do ano passado, e que a empresa tinha interesse em construir uma fábrica em um terreno privado da cidade para sua linha de montagem do produto final.

SEM BENEFÍCIOS.

“O município não ofereceu nenhuma condição especial à empresa, como isenção de impostos ou doação de terreno, mas entendeu que a vinda desta traria benefícios fiscais (com projeção de arrecadação de ICMS em torno de R$ 20 milhões ao ano), geração de empregos e, sobretudo, atenderia os anseios da população de atração de novas empresas”, informou a prefeitura.

A administração municipal confirmou alterações na Lei de Zoneamento e aguarda mudanças no Plano Diretor, ambas para atender a Siatt.

“A Prefeitura esclarece que as medidas têm como prioridade o interesse público para o desenvolvimento e o progresso do município, que depende da instalação de novas empresas para a geração de renda e investimentos em serviços. Todas as alterações foram previstas respeitando-se os princípios da sustentabilidade.”

AUDIÊNCIA.

Ainda segundo a prefeitura, foi realizada uma audiência pública na Câmara, em 19 de fevereiro, para “verificar o apoio da população à vinda da empresa”. O resultado foi que a “maioria dos participantes demonstrou aprovação”.

“A gestão também buscou avaliação do Conselho Municipal do Meio Ambiente, que diante do exposto pela Siatt (atividade de tecnologia não poluidora) também deu aval favorável à vinda da empresa.”

Por fim, a prefeitura admitiu que “não há a certeza da instalação da empresa em Caçapava” e que “apenas houve a sinalização de interesse”, já que o município se encontra em “região estratégica para as atividades desenvolvidas pela Siatt”.

“Todas as ações tomadas pela Administração foram no sentido de adequar suas ferramentas legais, abrindo as portas para esta ou outra possibilidade que porventura venha surgir e que esteja ao encontro dos anseios de desenvolvimento de Caçapava”, completou a prefeitura.

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1 COMENTÁRIOS

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  • Jeferson
    07/03/2024
    Como a SIATT não encontrou o terreno no porte que eles queriam em São José, com a necessidade de ter a fábrica próxima da sede, a escolha óbvia seria Jacareí, mas graças a interminável novela da atualização do Plano Diretor e toda a insegurança jurídica em torno da lei de uso e ocupação de solo, esse será mais um investimento que Jacareí deixa de receber por causa dessa questão. Devido às limitações em Jacareí, restou bater na porta de Caçapava. Enfim, tomara que essa fábrica saia. Caçapava merece