Um ataque de piranhas fez vítimas na Praia Municipal do Pôr do Sol, em Pereira Barreto, a 132 km de Araçatuba, no sábado, 2. Ao todo, 10 frequentadores foram socorridos na Santa Casa do município.
Segundo informações, algumas vítimas foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros e outras foram por conta própria pedir ajuda no hospital municipal. Mas, ao todo, cerca de 10 pessoas relataram terem sido vítimas de mordidas de piranhas.
Os banhistas foram atacados quando estavam na margem do rio Tietê. O local é conhecido como Prainha de Pereira Barreto. O 13° Grupamento dos Bombeiros, responsável pelas ocorrências na região, confirmou os ataques e o atendimento a algumas vítimas. Este não teria sido um episódio isolado, segundo o Cabo Eduardo. Em anos anteriores, outros ataques foram registrados.
A reportagem teve acesso a um dos vídeos divulgados nas redes sociais, de uma das vítimas do ataque. Nele, o banhista afirma que foi mordido por uma piranha e mostra o pé, que está ferido e com sangue escorrendo. Em outro relato, uma vítima diz que sofreu ferimentos nas pernas e nos pés e que, após receber atendimento, a maioria voltou para casa com curativo, sem necessidade de pontos cirúrgicos.
A Folha da Região conversou com o pescador esportivo Antônio Marcos dos Santos, 63 anos, morador em Araçatuba e frequentador assíduo das águas do rio Tietê. Ele explicou que os dentes da piranha são bastante afiados e que esses peixes, geralmente, vivem em cardumes e, quando atacam, é para defender os filhotes.
"As piranhas são peixes carnívoros de água doce. Quem tem mais experiência consegue distinguir a puxada dela (quando o peixe é fisgado). Esse peixe, na nossa região, quando morde, não puxa, ela tira pedaço, os dentes são como navalhas pontiagudas", explica.
A reportagem também entrou em contato com a Santa Casa de Pereira Barreto e, de acordo com um funcionário, que também confirmou os atendimentos aos feridos, havia pessoas pescando perto de onde os banhistas estavam, e isso teria atraído o cardume de piranha.
"Alguns pescadores, assim que pegam os peixes, acabam limpando ali mesmo, e o sangue e os restos caem na água, e isso atrai as piranhas", afirmou à Folha da Região.
Após a repercussão do caso, a Prefeitura de Pereira Barreto colocou placas provisórias no local alertando sobre o perigo e atribuiu a presença das piranhas na prainha ao desequilíbrio ambiental.
Na manhã desta segunda-feira, 4, a Prefeitura informou que serão instaladas placas definitivas que orientem sobre a presença desses animais.
Por que a piranha ataca?
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente de Araçatuba, o engenheiro florestal Lucas Savério Proto, o meio ambiente como um todo passa por uma antropização, ou seja, ação do ser humano, o que causa um desequilíbrio.
"Algumas dessas piranhas são de espécies nativas, do próprio Tietê, mas muitas são de espécies exóticas, que foram trazidas de fora e introduzidas, e agora estão se adaptando. O maior problema é estar próximo à pesca que é realizada de forma inadequada, jogando carne, alimento, barrigada de peixe, nas proximidades onde estão as pessoas usando para banho", detalhou Proto.
Em reposta à reportagem, a Prefeitura emitiu um comunicado informando que a Praia Pôr do Sol, local dos recentes ataques, estará fechada para os banhistas nos próximos dias.
Leia a nota na íntegra:
A Prefeitura da Estância Turística de Pereira Barreto informa que, devido aos recentes ataques de piranhas na Praia Pôr do Sol, o local estará fechado para banhistas nos próximos dias. De acordo com a Secretaria de Turismo, uma limpeza será feita no local. Após os ataques, que tiveram início no sábado (2), a praia foi sinalizada com placas provisórias para evitar que os banhistas entrem na água. Placas definitivas já estão sendo confeccionadas para serem instaladas no local.
Igor Grespan, Secretário de Turismo, informou que esse problema tem sido recorrente, neste período, em anos anteriores. Um biólogo já foi acionado e disse que os ataques acontecem devido ao período de desova. Entre sábado e domingo foram registrados pelos bombeiros que trabalham na praia cerca de 15 ataques de piranhas.
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