ARTIGO

A vida não pode parar

Por Jean Oliveira | 27/01/2024 | Tempo de leitura: 2 min

A vida não pode parar. E nem tão pouco estacionar. Não importa a idade, enquanto estamos respirando, há caminhos a serem percorridos. Em tempos passados, a sociedade impunha um roteiro pré-determinado, uma trajetória que deveria ser cumprida rigorosamente até a aposentadoria. Contudo, o mundo contemporâneo clama por uma mudança de perspectiva, demandando que as pessoas se reinventem continuamente ao longo de suas vidas.

No último dia 24 de janeiro, o Jornal O Estado de S. Paulo trouxe à luz uma inspiradora reportagem que ecoa essa necessidade de reinvenção. O programa USP60+, que acolhe de 7 mil a 8 mil alunos anualmente de forma gratuita, é uma demonstração vívida de que a aprendizagem não deve ser limitada por idades ou fases da vida. A história de Neuza Guerreiro Carvalho, uma professora de Biologia aposentada, personifica a ideia de que nunca é tarde para explorar novos horizontes.

Após três décadas dedicadas ao ensino, Neuza decidiu que a aposentadoria não seria o fim, mas sim o início de uma jornada diversificada e enriquecedora. Ao longo de uma década, ela mergulhou em mais de 50 formações, abrangendo áreas como História, Artes Plásticas, Sociologia e Literatura. Sua busca incessante pelo conhecimento não só enriqueceu sua própria vida, mas também a capacitou a se tornar professora de um curso especializado: Resgate de Memórias Autobiográficas.

Esse exemplo ilustra a importância de uma mentalidade aberta à reinvenção. A ideia ultrapassada de que a vida deveria ser definida aos 20 ou 30 anos já não se sustenta nos dias de hoje. Vivemos em uma era de constantes transformações, onde a flexibilidade e a adaptabilidade são habilidades cruciais. A sociedade contemporânea valoriza a diversidade de experiências, a busca pelo aprendizado contínuo e a disposição para explorar novos campos.

A vida não pode ser reduzida a uma fórmula estática, mas sim encarada como uma jornada dinâmica, onde as etapas se sucedem, mas o aprendizado persiste. O exemplo de Neuza e tantos outros que encontram no USP60+ uma oportunidade de se reinventar destaca a necessidade de investirmos em programas educacionais que rompam barreiras e estimulem a aprendizagem ao longo de toda a vida.

Portanto, é fundamental promover uma mudança cultural que encoraje as pessoas a abraçarem a aprendizagem constante, a se lançarem em novos desafios e a se reinventarem ao longo dos anos. A vida não pode parar, e a sociedade só tem a ganhar quando seus membros abraçam a oportunidade de crescer e evoluir incessantemente.
Ouse querer e se arrisque a fazer. Faça a vida valer a pena!

Jean Oliveira é jornalista e estudante de psicologia e psicanálise

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