OPINIÃO

Papa sinaliza que 2024 poderá ser o ano do amor

02/01/2024 | Tempo de leitura: 2 min

A Igreja Católica abençoará a união de casais do mesmo sexo. A notícia foi divulgada pelo Vaticano agora em dezembro. O documento assinado pelo Papa Francisco não autoriza os casamentos homoafetivos, mas prega o acolhimento dos casais homossexuais e suas famílias.

O líder católico sempre foi claro sobre o seu posicionamento desde quando foi eleito, em 2013. Em entrevista sobre esse assunto à repórter Ilze Scamparini, da Rede Globo, ele afirmou, já naquela época, que não se sentia no direito de julgar as pessoas. Pregava, silenciosamente, o que escreveu o profeta João, no capítulo 13, versículo 34: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

Trata-se de um avanço gigante nas diretrizes da Igreja Católica. Mas trata-se de um avanço maior ainda na sociedade brasileira. Se o novo ensinamento for acolhido pelos fiéis, o Brasil tem a chance de perder o título de país mais violento contra a comunidade LGBTQIA+ que ostenta, vergonhosamente, há 13 anos.

Ao mesmo tempo, recentemente, no seu pronunciamento de agradecimento ao prêmio de Ator Revelação do “Melhores do Ano” no programa “Domingão com Huck”, da Rede Globlo, Amaury Lorenzo, intérprete do personagem Ramiro, da novela “Fogo e Paixão”, contou que foi abordado por uma senhora que lhe pediu um apertão (código para carinho entre ele e Kevinho, seu par romântico, interpretado pelo ator Diego Martins na novela).

Ele aceitou a brincadeira e deu o apertão. Ela agradeceu, reclamou que o marido não demonstrava carinho há mais de 5 anos, contou que era de uma determinada religião cristã, mas não católica, e fez uma ressalva: “está tudo bem porque vocês (Ramiro e Kevinho) estão falando de amor.”

Em uma semana, duas notícias sobre religiões diferentes falando sobre amor e não homofobia: luz no fim do túnel? Seria bom.

Todavia, é preciso lembrar que, no caso do Brasil, estamos falando de um país construído com bases no patriarcado, extremamente machista, de homens e mulheres que acreditam que existe apenas um modelo padrão de sociedade e de família.

A diversidade dá medo a essas pessoas. E elas não suportam a ideia de estarem erradas. Elas abominam o fato de serem desmascaradas. Elas se recusam a mudar porque isso fere o ego delas. São ignorantes e querem permanecer assim.

Não mudam, não evoluem, acreditam que o melhor está no passado, como se no passado não houvesse homossexualidade. Ela sempre existiu. Basta estudar história. Basta observar a sociedade. E, atenção, observem suas famílias. Pode haver gente que você ama sofrendo muito por tanto preconceito.

A ciência já comprovou: a homossexualidade não é uma escolha. As pessoas nascem assim, como outras nascem heterossexuais. Portanto, ninguém deve ser punido por ser o que é. Mais amor em 2024 para todos nós!

Ayne Regina Gonçalves Salviano é jornalista, mestre em Comunicação e Semiótica.

Fale com a Folha da Região! Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção? Clique aqui e fale com nossos repórteres.

Receba as notícias mais relevantes de Araçatuba e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.