Veja meu exemplo: O meu 2023 foi agressivo, desafiador, provocador, incitador, intenso, acentuado, excessivo, forte, profundo, imenso, enorme, carregado, descomedido, violento, descomunal, difícil, pesado, conturbador, perturbador, triste, doloroso, cansativo, desgastante, emocionante, decepcionante, frustrante. Mas tudo isso junto e misturado resultou na minha palavra do ano: resiliência. Afinal sobrevivi.

Todas as minhas experiências desse ano me levaram a uma certeza, óbvia, mas que nem sempre nos lembramos na correria do dia a dia. A única coisa que não posso vencer é a morte. Ela eu preciso aceitar, seja pelos conhecimentos da Ciência, seja pela religiosidade. E aceitando que há um fim, eu possa viver intensamente, amorosamente, positivamente, até ele chegar.

Todos os outros problemas se resolvem. Às vezes, como nós queremos; às vezes, não. Às vezes rapidamente, outras vezes não. Às vezes, com a ajuda de outros; às vezes, só nós por nós mesmos. Mas eles se resolvem. 

E o seu ano, como foi? Entenda que quanto maior o número de palavras você conseguir usar para descrever seu ano, mas fácil ficará para entendê-lo, absorvê-lo, aceitá-lo e traçar as metas para 2024.

E não se esqueça de finalizar com a sua palavra do ano. Para descobri-la é fácil, basta responder a uma questão: “o que todas as histórias que você vivenciou nesse ano te ensinaram?”

É a partir do autoconhecimento que garantimos a energia vital para acordar todos os dias e lutar pelos nossos sonhos. Sim, porque não basta acordar e apenas existir, ocupar um espaço. É necessário criar, cuidar, amar, espalhar o bem.

O autoconhecimento nasce de exercícios simples como esse que propus de escrita. Mas perceba que antes de escrever, é necessário parar, pensar, observar, relembrar, analisar, são tantas as conexões cerebrais necessárias que ao final parece uma epifania. Entretanto somos só nós mesmos nos descobrindo depois da luta diária pelo pão nosso de todos os dias.

Espero que seu 2024 seja melhor do que seu 2023. Espero que consigamos fazer mais exercícios de autoconhecimento para viver melhor. Desejo que nos próximos anos, na hora dos nossos balanços gerais, nossas palavras possam ser mais positivas, alegres, felizes.

Ayne Regina Gonçalves Salviano é jornalista, professora e gestora educacional