A cidade de Araçatuba completa neste sábado, 2 de dezembro, 115 anos de existência. Sua história é vasta, com expedições, imigrações e até mesmo tragédias. Nomes como Cristiano Olsen e José Cândido ganham destaque na fundação e desenvolvimento de Araçatuba, hoje um município de 200 mil habitantes e PIB per capita de R$ 41.913,02, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Mas, você sabe como teve início a cidade dos araçás? Acompanhe abaixo a matéria que a Folha preparou para você!
Araçatuba começou como um projeto do Governo Federal, de construção de uma estrada de ferro que partia de Bauru (SP) até o Mato Grosso. Em 2 de dezembro de 1908, era inaugurada a Estrada de Ferro do Noroeste do Brasil.
Os primeiros "moradores" da cidade foram os trabalhadores da ferrovia, que inicialmente dormiam em um vagão feito de tábuas, o qual servia também como cozinha. Habitam a região, também, os nativos indígenas.
Ainda em 1908, Joaquim Machado de Mello, empreiteiro da obra, iniciou a construção do Hotel Noroeste, para servir de morada aos ferroviários. O imóvel, depois, foi para a posse de Dr. Pecoraro e sua mulher, Dona Francisca.
Araçatuba, então, foi inicialmente habitada por algumas famílias, trabalhadores ferroviários e o povo indígena - os caingangues, considerados destemidos pela sua fama de bravura.
As primeiras casas locais eram feitas de sapê - planta usada popularmente na confecção de balaios - e ficavam às margens de um riacho de uma cidade que surpreendeu a todos por sua fertilidade.
Em 1911, chegava uma caravana de Jardinópolis (SP) com destino a Araçatuba. Os novos moradores, então, adquiriram terras de Elísio de Castro Fonseca (proprietário de terrenos).
Mas, o clima não era pacífico com os nativos, que defendiam as terras, muitas vezes, de maneira violenta, o que era uma característica de seu povo. Em 1916, um grupo chefiado pelo engenheiro Cristiano Olsen foi massacrado enquanto seguia para as terras do rio Feio.
A tensão foi apaziguada por outro engenheiro, José Cândido, com a retirada dos nativos para a Serra do Diabo, no encontro dos rios Paraná e Paranapanema.
Hoje, em homenagem às figuras de destaque, uma escola leva seus nomes, além da conhecida rua Cristiano Olsen, uma das principais da cidade.
Com a chegada de mais imigrantes, dentre eles italianos e japoneses, Araçatuba foi se expandindo e se desenvolvendo, ganhando importância e visibilidade no Noroeste Paulista.
Origem do nome
A origem do nome da cidade levanta dúvidas entre os historiadores. Porém, a teoria mais aceita é a de que os indígenas usavam o termo "Araçatuba" para falar a grande quantidade de uma fruta típica que havia e ainda há aqui. Em um livro de Odette Costa, grande nome da literatura local, um engenheiro civil afirma que, quando estava nestas terras, havia encontrado muitos araçás-silvestres e araçazinhos.
Sendo o araçá uma fruta da mesma família das goiabas e o "tuba" uma palavra que significaria "muito". Araçatuba, uma cidade frutífera, de muitos araçás.
Outra teoria afirma que o nome poderia ser da filha de um cacique do grupo caingangues. Mas, ao mesmo tempo, o significado do nome não poderia ser o nome próprio, o que invalida um pouco a hipótese.
Há uma terceira história que alega que o nome Araçatuba seria o de uma corredeira, sendo a origem da palavra uma referência a um local onde as águas correm entre pedras. Em alguns mapas antigos, há um córrego chamado Araçatuba.
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