CRÔNICA

Que hino é esse?

25/11/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Dia da Pátria no Brasil é 7 de setembro e estamos conversados! Todos se enchem de orgulho e entoam o Hino Nacional, cuja letra só a Ludmila esquece... Mas o correspondente à Independência de Portugal e Algarves, em 1822, é outro, com música original composta por Marcos Portugal para o Hino Constitucional Brasileiro e letra do jornalista e político Evaristo da Veiga, depois musicada por D. Pedro I. Gruda na memória mais que “chiclete”, pois montada em compassos simples e letra fácil de decorar. Caiu no ostracismo por exatos 100 anos, quando foi recuperado com louvor em 1922, justamente no centenário da Independência, com o título óbvio de...Hino da Independência.

Mas não queria falar sobre ele e sim do Hino da Proclamação da República, ocorrida 67 anos depois, no dia 15 de Novembro, por iniciativa “meio forçada” do Marechal Deodoro da Fonseca, um monarquista convicto, que não teve alternativa senão desembainhar quase de pijamas a espada no Campo de Santana, depois Praça da Aclamação (onde foi aclamado Pedro I como Imperador do Brasil), e, finalmente, Praça da República, também obviamente, no Rio de Janeiro. Daí para ter um hino próprio para chamar de seu foi “um palito”, como se diz à boca pequena. E no ano seguinte à proclamação, em 1890,  convocaram o Maestro Leopoldo Miguez para compor a música e o escritor e jornalista Medeiros e Albuquerque para a letra. 

Não era – e não é – um hino fácil de memorizar. A letra é de um vocabulário rebuscado e demais ufanista (vide https://m.youtube.com/watch?v=tEqFQh9Rkh8). Tanto que não “pegou” como hino nacional como pretendido, em desfavor para o “Hino 7 de Abril” (renúncia e abdicação de D. Pedro I), depois chamado de “Marcha Triunfal”, e, finalmente, convertido no “Hino Nacional Brasileiro”, para glória do compositor Francisco Manuel da Silva e versos do poeta Joaquim Osório Duque-Estrada.Do Hino da Proclamação da República só fixou na minha lembrança infanto-juvenil do IE Manoel Bento da Cruz o refrão comandado nas aulas de Educação Cívica e nas de Música, do saudoso Maestro José Raab: “Liberdaaaaade, liberdaaaaade! Abre as asas sobre nóóóós!”  Um belo refrão!

Jeremias Alves Pereira Filho – Sócio de Jeremias Alves Pereira Filho Advogados Associados; Especialista em Direito Empresarial e Professor Emérito da UPM-Universidade Presbiteriana Mackenzie.  Araçatubense nato.


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