CRÔNICA

Minha Cintilografia 2

28/10/2023 | Tempo de leitura: 2 min

E eu achava que iria para o “matadouro”, usando linguajar bovino, expressão que indica o local em que o gado chega para seu triste destino de abate antes de seguir para o açougue. Ocorreu que minha atual Cintilografia foi comparada com outra feita em 2019, antes da Pandemia, que não acusava qualquer “alteração significativa” no meu sistema coronário, quando deveria ter sido confrontada com o exame realizado em 2021, no qual se constatou certa insuficiência de abastecimento de sangue em esforço de esteira, à razão de 9%. Mas ninguém se deu conta disso, porque essa Cintilografia foi feita por outro laboratório de análise, cujo laudo não se encontrava na mesma “nuvem” dos demais indigitados. Ora, assim comparando, de fato o meu caso seria de submissão à tal da angiocinecoronariografia(ôpa!).

Embora os resultados de ambas não se coadunassem com a atividade física de um atleta, a Cintilografia de 2021 apontava uma “deficiência” de apenas 7%, isto é, menor do que os 9% de 2019... Em outras palavras leigas:  graças ao exame de 2021, minha condição física está, agora, melhor do antes. Em outríssimas(ooops) palavras: eu não estava despencando do 10º. andar, mas talvez do 2º. Piso, bem menos fatal, se me entendem os pacientes leitores.

Tenho plena consciência de que nunca fui um grande atleta, nem mesmo na minha saudável juventude, ocasião em que faturava algumas medalhas de latão adquiridas no Bazar Saito para serem distribuídas aos campeões das disputas de natação aos domingos de manhã, na saudosa piscina do Araçatuba Clube. Disponho de uma razoável coleção delas guardada em alguma gaveta do passado. 

Até mesmo no beisebol fui razoável, esporte que praticava com dedicação no campinho do IE Manoel Bento da Cruz, sob a supervisão do professor Daniel, ou no Estádio Centenário, da colônia Japonesa, onde ousava cometer arremessos de certa qualidade de “strike”, como “pitcher” do time formado quase que exclusivamente por garotos oriundos da orgulhosa nação Nipônica. Cheguei até a ser convocado para formar um timinho de estudantes que desafiava similar americano, formado no sul da Flórida... 

Mas minha vida atlética se encerrou com o fim dessa juventude, quando migrei voluntariamente para São Paulo, para, formado no Colégio Rio Branco, competir no vestibular para a Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, na qual ao menos medalha de bronze conquistei. Fato é que, em revisão, a banca médica deliberou que eu não mais necessitava daquela temerária angiocinecoronariografia, senão somente me manter sob medicação igual à atual, com check-up periódico. Prometi contar aqui o passo seguinte: não foi desta vez que morri!   

Jeremias Alves Pereira Filho - Sócio de Jeremias Alves Pereira Filho Advogados Associados; Especialista em Direito Empresarial e Professor Emérito da UPM-Universidade Presbiteriana Mackenzie. Araçatubense nato.  

Fale com a Folha da Região! Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção? Clique aqui e fale com nossos repórteres.

Receba as notícias mais relevantes de Araçatuba e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.