Opinião

A Educação à Distância venceu

Por Ayne Salviano | 15/10/2023 | Tempo de leitura: 3 min

O Ministério da Educação divulgou na última terça-feira, dia 10, os resultados do Censo da Educação Superior 2022. Os dados revelaram que apenas um pouco mais de 20% dos jovens brasileiros com idades entre 18 e 24 anos estão matriculados em cursos de graduação, seja em instituições de ensino públicas ou privadas.

Das quase 23 milhões de vagas disponíveis em 2022, mas apenas 4,7 milhões foram preenchidas. Nas instituições particulares sobraram mais de 80% das vagas. Nas públicas, a ociosidade chegou a quase 40%.

A baixíssima adesão ao ensino superior por parte dos jovens é a pior notícia para um país que almeja estar entre as maiores economias do mundo. Especialistas afirmam que o desenvolvimento socioeconômico de uma nação passa, obrigatoriamente, pelas salas de aula. Foi assim com o Japão e a China, só para citar duas superpotências,

Ainda de acordo com o estudo do MEC, dos quase 80% de jovens que não estão nas faculdades, 32,3% sequer concluíram o ensino médio. Cerca de 21,2% deles abandonaram o ensino médio e 9,9% ainda estão matriculados. Aproximadamente 1% continua no ensino fundamental.

A tragédia educacional do país é inegável. Os poderes públicos e as instituições sociais precisam, urgentemente, unir forças para reverter, rapidamente, esse quadro.

Por outro lado, uma boa notícia. Houve uma democratização do ensino superior por meio da Educação a Distância (EaD), com cursos mais baratos do que os presenciais. De acordo com o Censo, dos 4,7 milhões de ingressantes no ensino superior em 2022, 4,3 milhões optou por instituições privadas, sendo que a maioria escolheu justamente o EaD.

A modalidade alcançou um recorde com 17,2 milhões de vagas, a maioria delas (17 milhões) em instituições privadas. Esse número representa mais de 72% do total de estudantes ingressantes, ou seja, 2 em cada 3 alunos na rede privada optaram por se matricular em um curso EaD. As vantagens são inegáveis: menor preço, mais comodidade, menos gasto de tempo, entre outros.

A verdade é que o número de ingressos em cursos de graduação a distância tem aumentado substancialmente nos últimos anos, tendo ultrapassado a marca histórica de 3 milhões de ingressantes em 2022 ao passo que o número de estudantes em cursos presenciais vem diminuindo desde 2014, mesmo antes da pandemia do coronavírus.

Os dados da Educação a Distância demonstram um aumento de 139,5% nos últimos quatro anos, passando de 7,2 milhões de vagas em 2018 para 17,2 milhões em 2022, com um acréscimo de mais de 435 mil novos alunos em apenas um ano. Enquanto isso, o número de vagas no ensino presencial diminuiu para 5,6 milhões, em comparação com 5,9 milhões anteriormente.

A EaD venceu. Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro saíram na frente e estão com iniciativas estaduais independentes de recursos do MEC, como a Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo (que ofertou em 2022 um vestibular com mais de 31 mil vagas em cursos de licenciaturas, computação e administração) e o Consórcio CEDERJ, que reúne as universidades públicas do estado do Rio de Janeiro. Eles ofertaram cerca de 14 mil vagas em 2022.

Educação e tecnologia pode ser, sim, uma saída para atrair a juventude brasileira que está fora do ensino superior e corre um risco seríssimo de se transformar em uma legião de “Nem-Nem”, pessoas que não estudam e, por isso, não conseguem trabalho. Sem trabalho, não há economia que resista. O país está em risco.

Profa. Me. Ayne Regina Gonçalves Salviano é gestora educacional

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