OPINIÃO

A Esplanada do IE

30/09/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Sobre a criação do IE - antes Gymnasio Estadual - Manoel Bento da Cruz(só em 1957), já escrevi várias vezes neste espaço, afora inúmeras menções, sempre honrosas. Me lembro de, inclusive, ressaltar que a área escolhida para edificar o grande e pioneiro ginásio, nos idos de 1934, era um ermo distante na cidade, ainda provinciana e que se concentrava onde hoje se acha o chamado centro velho. Na verdade, nem esse era o verdadeiro “centro”, então mais chegado na borda da linha ferroviária da NOB e da Rodoviária, ambas vizinhas de frente na  curvinha da antiga e larga rua XV de Novembro, quase uma avenida. Assim chamada porque o Plano Diretor de Araçatuba, que iria crescer, previa uma nominação sui generis para identificar as vias públicas. Isto é, meio republicano e meio monárquico, pois conviviam quase lado a lado nomes dos próceres(ôpa!) da Velha República e proeminentes(êpa!) dignatários da Monarquia. Prevaleceram os nomes da República e a XV de Novembro, por assim dizer, como sintoma dessa realidade do Estado brasileiro, fincada na data da sua Proclamação.

Mas não pretendia falar disso, senão de uma primeira bela característica urbana projetada para o IE, então “Gymnasio”, que, como  registrei, ficava  numa grande área plana da cidade, ainda despovoada e para cuja direção mirava o tal progresso. Sim, com a criação de um pólo de ensino, a tendência seria de que a região fosse gradativamente ocupada por residências, comércio e serviços, como, de fato aconteceu. A Praça Getúlio Vargas, no oposto perpendicular ao Gymnasio, completaria, em 1949/1951, o projeto urbano com um aprazível espaço nos moldes paisagísticos das melhores “places” francesas, com jardins desenhados e muito conforto para os usuários.

E, como terreno não faltava, o projeto abriu uma espetacular esplanada, livre de obstáculos, formando um largo entre o Gymnasio, a Praça Getúlio Vargase a pracinha onde mais tarde foi construído o Forum, cujo belo predinho neoclássico hoje abriga a Delegacia Seccional da Polícia Civil, que, ainda bem, o preserva.

Uma grande “promenade” se descortinava aos passantes, fossem ou não estudantes do futuro IE Manoel Bento da Cruz. Por alipessoas bem se arrumavam paracaminhar e passear à vontadede um lugar para o outro. Não vivi essa época, mas fui surpreendido com a imagem capturada pelo fotógrafo Jackson Firmino, dono do antigo estúdio que “clicou” eassinou o fotograma como uma obra de arte, que merecidamente era e que  ilustra esta crônica, quase mera apresentação, porque a imagem versa com poesia por si própria. Era só conservar!

Jeremias Alves Pereira Filho - Sócio de Jeremias Alves Pereira Filho Advogados Associados; Especialista em Direito Empresarial e Professor Emérito da UPM-Universidade Presbiteriana Mackenzie.  Araçatubense nato.  

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