OPINIÃO

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25/09/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Aprender é mais que conhecer. Tudo, na realidade, gira em torno da destinação que se pretende dar ao conhecimento. Aprende-se quando, ao aprofundar determinados conhecimentos, os transforma em práticas experiências. Alarga o horizonte do saber quando, principalmente, se empenha em aplicar teorias ao crivo concreto da existência. A prática confirma, ajusta, amplia e aprofunda entendimentos. O aprendizado é processo dinâmico, progressivo, alimentado por uma saudável ambição de alcançar a inalcançável perfeição!

Quando há interesse, rápido se aplica ao aprendizado. Emerge um fator que merece ser detidamente analisado. Indaga-se em que se concentra atualmente o impulso cognitivo? Com quem se está querendo aprender? Salta-se quase espontânea a nova figura do influenciador. Atraído pelo glamour dessas novas celebridades, o cidadão se deixa condicionar por posturas e propostas que a publicidade de maneira competente e insistente impõe como conhecimentos indispensáveis para quem deseja ser reconhecido. E aceito. Refletindo sobre esta difusa, embora ambígua e contingente, mentalidade de inclusão, um renomado jogador de futebol, hoje aposentado, aponta como um dos fatores complicadores na carreira profissional o fato de os jovens atletas andarem muito dispersos. A excessiva dependência em aparelhos eletrônicos desconcentra. A dispersão é inevitável. Ora, dado que nenhuma plataforma digital seja neutra, o atleta acaba incorporando, e promovendo, modelos e posturas que são do interesse de poderosos agentes invisíveis, interessados em doutrinar e patrulhar a sociedade, amparados e interessados em vultuosos retornos financeiros. A mesma logística aplica-se para o cidadão comum que de maneira ingênua permite ser patrulhado pela parafernália digital. Entre os muitos modernos influenciadores, alguns estão, disfarçadamente, a serviço de interesses ideológicos, políticos, comerciais, e até religiosos! O ritmo acelerado e insistente das mensagens dificulta intencionalmente o filtro e induz o sujeito a adotar posturas e aderir a ideologias. Não é mais ele que pensa. O logaritmo pensa por ele! Decide por ele!

Emerge claro e urgente o desafio para quem tem a missão e a consciência de ensinar valores transcendentes e verdades libertadoras. Como enfrentar a poderosa maquina midiática e convencer o cidadão a adotar princípios dignos de conduta e selecionar conhecimentos consistentes que o levem à maturidade e a realização como pessoa humana. Resgata-se o mais antigo e básico fundamento de todo processo educativo: dar exemplo! Exemplos impactam. Geram admiração. E admiração induz à imitação! Na vivência de princípios éticos aprende-se a conhecer seu transcendente valor. Convicto, o influenciador genuinamente benemérito se rejubila quando é copiado e “colado”! Convicto, coerente e confiante, cativa, convence e convida: copie... cole!

Padre Charles Borg é vigário-geral da Diocese de Araçatuba

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