LEMBRETE:
Zé do Pé gostava de frequentar cemitério, não como inquilino, mas por pura solidariedade. Ia com certa assiduidade o centenário e aristocrático Cemitério da Consolação, na rua do mesmo nome, especialmente quando falecia alguma figura proeminente do seu exclusivo interesse. Trajava costume preto, camisa de cambraia branca, gravata de seda preta, cintos e sapatos de cromo igualmente pretos e reluzentes, barba feita, “brylcreem” nos cabelos bem aparados e cuidadosamente penteados para trás, e, “shaaazam”, lá estava ele à beira do túmulo do falecido.

O CASO:
O Zé Paulo sentia genuína pena dos que partiam desta para melhor(?), pois não suportava a hipótese de nenhum amigo que assim se dizia faltasse ao enterro do falecido, o que, sem dúvida, entristeceria os familiares do defunto. Quem relatava era o Olavo Drummond, político e poeta bem relacionado, que, por isso, também era figura carimbada nos melhores e mais disputados velórios da cidade. Naturalmente mais vezes que o próprio Zé do Pé, por ter alguns pares de anos a mais de vivência e, por conta disso, estatisticamente na condição de perder amigos e conhecidos em maior número.