ARTIGO

MILAGRE

21/08/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Poderosa ferramenta é o conhecimento. Mede–se a maturidade de uma nação – ou mesmo de qualquer sociedade entre humanos – pelo investimento que é destinado à formação integral de seus cidadãos. Tal experiência aplica-se com igual rigor tanto para as sociedades políticas como também para as comunidades religiosas. A catequese representa, em uma comunidade religiosa, primordial destaque. Urge lembrar que catequese difere essencialmente do estudo da religião. A catequese tem por objetivo propor a verdade evangélica com o propósito de provocar eco na vida da pessoa. É conhecer para viver!

Emerge, espontâneo, fundamental requisito para o exercício do ministério da catequese: profundo amor a Deus e o correspondente e envolvente interesse pelo próximo. Intui que somente em Deus e em seus valores transcendentais de amor universal, misericórdia e perdão, a existência humana encontra plena realização. Verdade esta que gera alegria e repouso no mais íntimo da alma. Este amálgama de alegria e libertação inspira, por sua vez, uma urgência incontida de contagiar mais gente. Experimenta-se um impulso irreprimível de evangelizar, alimentado por uma incondicional consideração pelo próximo.

Entende-se porque o catequista ensina mais com seu ardoroso zelo que com sua cultura. Claro, não dispensa ele a urgente necessidade de estar continuamente se aprimorando doutrinalmente. Em sendo ser vivo, Deus é conhecido no diálogo reverente da oração. O discípulo por Deus instruído naturalmente dilata o coração. Escolado na experiência divina, o catequista se enxerga privilegiado com aguda intuição quanto às reais urgências da existência humana. A intimidade com Deus o enche de redentora compaixão. Impele-o a convencer seus contemporâneos a abrir mais espaço para Deus em suas vidas. Desdobra-se em lhes assegurar que cada um é profundamente amado por Deus, a ponto de receber inalienável tarefa a exercer na história. A preocupação do catequista não é com códigos morais. Seu foco não é a observância formal de ritos e tradições. Sua assumida missão é aplainar caminhos para que se alcance uma vida plena, meta possível somente a partir de uma livre e consentida comunhão Deus. E que necessariamente se expressa num igual comprometimento com a história do mundo e com o destino dos demais irmãos. Catequese que se fecha no individual e no devocional, sem expandir o coração para o mundo e suas urgências de conversão e renovação é uma catequese frustrante, alienada das propostas evangélicas.

Vocacionado é o catequista. Seu trabalho é ministério, diligência constante em tirar de seu baú, o velho – o perene mandamento de amar a Deus e ao próximo – e o novo – encarnar o primordial preceito no cotidiano da vida. Cativar e transformar o coração de uma pessoa é o sublime projeto - milagre maior – que define a vocação do catequista!

DEUS ABENÇOA NOSSOS CATEQUISTAS!

Padre Charles Borg é vigário-geral da Diocese de Araçatuba

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