ARTIGO

Zé do Pé e os remédios

14/08/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Lembrete:

Zé do Pé era teimoso. Jamais com os outros, apenas consigo próprio. Quando decidia algo pessoal era por definitivo, mesmo em seu prejuízo. Escapava da razão comum. Fazia isso com a sua saúde... 

O caso:

Virava e mexia(ôôpa!) o Zé buscava refúgio na Clínica Tobias para um “detox”, palavrinha cheia de contração que sequer existia à época, mas que, hoje, traduz a pretensão de se desintoxicar de algo que incomoda o organismo humano. Sabedoria para isso ele tinha de sobra, até porque completamente avesso a remédios e tratamentos medicinais a curto ou longo prazos. Preferia internar-se por uma semana sabática, na esperança de sair de lá novo em folha.

A Clínica Tobias, para quem não sabe ou nunca ouviu falar, ficava instalada numa bela chácara justamente no aprazível bairro do Alto da Boa Vista, na Capital de São Paulo. Não tinha a menor cara de clínica e quem desavisado que lá ingressasse podia pensar numa simpática, bucólica e bem estruturada pousada para relaxamento, tal como um SPA tupiniquim. Trata-se, pois continua atuando firme e forte, de um centro de medicina antroposófica, criada na Alemanha em 1912 pelo Professor Dr. Rudolf Steiner. Ali o Zé do Pé tentava encontrar um certo equilíbrio entre seu corpo, o universo e uma alternativa à metodologia científica convencional. Bem sofisticado o Zé, que gostava mesmo é do setor de massagem com musicoterapia ambiente...

Quem diria que o Zé conseguiria passar sequer um dia numa clínica se enganou redondamente(existe quadradamente?), porque caminhadas pela manhã, após um saudável café natural, com o que não estava acostumado, era outra atividade do seu agrado. E assim ia passando os dias, alimentando-se adequadamente, praticando algum exercício, cujo pouco era muito para ele, e descansando com o sono dos justos. Devido ao regime balanceado, o Zé perdia alguns quilos que se acumulavam na cintura de frade franciscano. Bebidas alcoólicas eram – e são – terminantemente proibidas!

Podia sim visitar, com horário pré-agendado, o que o Zé do Pé solicitava com frequência para seus habituais fregueses, “Mulata” e eu. Mas sempre recomendava trazer contrabandeadas duas garrafinhas de 1/4L de Haig, que encarregávamos  levar embrulhadas em pacotes de padaria. Copo e gelo não precisava, porque o inocente serviço de quarto da Clínica se encarregava de fornecer...

 Post Scriptum: outros “causos” basta enviar para meu endereço eletrônico, mesmo duvidando do Zé do Pé ( jeremias@jeremiasadv.com.br) 

Sócio de Jeremias Alves Pereira Filho Advogados Associados; Especialista em Direito Empresarial e Professor Emérito da UPM-Universidade Presbiteriana Mackenzie.  Araçatubense nato.

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