ARTIGO

A população brasileira envelheceu. E agora?

Por Ayne Regina Gonçalves Salviano | 19/06/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Uma pesquisa divulgada na última sexta-feira, dia 16, mostra que a população idosa brasileira representa, agora, 15,1% dos brasileiros, porcentagem maior do que há 10 anos, que era de 11,3%. 

Os dados são da divisão de Características Gerais dos Domicílios e Moradores 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

O estudo apontou que, ao mesmo tempo, houve uma redução das parcelas mais jovens da população brasileira. Entre as pessoas abaixo dos 30 anos de idade, por exemplo, esse segmento caiu de 49,9% em 2012 para 43,3% em 2022. 

O envelhecimento da população brasileira e a diminuição da faixa de pessoas com mais força de trabalho podem afetar o Brasil de várias formas, mas especialmente no mercado de trabalho há uma preocupação importante. Entre as principais consequências desse binômio têm-se a redução do crescimento econômico do país.

Segundo os especialistas, para que o Brasil não sofra impactos tão negativos, é necessário, com urgência, capacitar a mão de obra existente para que, cada vez mais, os trabalhadores brasileiros sejam eficientes e eficazes nas suas tarefas.

Para que isso ocorra, os mesmos especialistas só enxergam um caminho, a Educação. Capacitar os trabalhadores brasileiros significa oferecer, a todos, a educação básica, os cursos técnicos e profissionalizantes, além da graduação e cursos de pós-graduação. É preciso elevar a quantidade de anos de estudos dos brasileiros.

Quem trabalha com Educação sabe disso faz muito tempo. Só a aquisição do conhecimento de forma permanente é capaz de evoluir as pessoas. Sempre há algo a aprender para otimizar tarefas e processos que gerem um trabalho/serviço de qualidade com economia de tempo e recursos.

E nesse aspecto é muito fácil observar que estamos bem distantes do desejado. O brasileiro estuda pouco. Temos uma alta evasão escolar por motivos socioeconômicos e de saúde pública. E uma geração “Nem Nem” que só cresce. 

Para quem não conhece essa expressão, a geração “Nem Nem” é formada por brasileiros que nem estudam e nem trabalham. É um fenômeno social de países pobres. Esses milhões de brasileiros não estudam porque precisam abandonar a escola para ajudar no orçamento doméstico e, nesse sentido, deixam as carteiras escolares para fazer pequenos serviços braçais mal remunerados. 

E porque não estudam, também não conseguem emprego porque a cada dia mais os trabalhadores precisam ser treinados, capacitados. Quem está fora da escola não têm essa chance. O ciclo é vicioso e maléfico.

Quem emprega pessoas sabe o que estou falando. Do serviço mais simples ao mais sofisticado, faltam candidatos com qualificações. As vagas existem, mas na grande maioria das vezes, não tem candidatos capacitados. E muitas vezes o empregador não encontra o que precisa, contrata mal e logo dispensa, com todos os problemas que isso pode causar ao empregador, ao funcionário e À economia do país.

Entretanto é importante ressaltar. Esse artigo não critica o envelhecimento da população brasileira. Esse aspecto é positivo. Mostra que o país está com bons índices de saúde pública, por exemplo. O objetivo do artigo é alertar para a necessidade de oferecer mais oportunidades para os brasileiros estudarem.

É a Educação que vai salvar esse país.

Ayne Regina Gonçalves Salviano é jornalista, mestre em Comunicação e Semiótica. Trabalha como gestora educacional.

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