SÃO JOSÉ

'Era o grande amor da minha vida, ele não merecia isso', diz viúva de morto em lotérica

OVALE falou com exclusividade com a esposa de Martinho Lopes, de 79 anos, aposentado vítima de um infarto enquanto pagava contas na tarde desta segunda (5)

Por Gabriel Campoy | 07/06/2023 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Créditos: Arquivo Pessoal

“Ele era o grande amor da minha vida”. Foi assim, de forma apaixonada, que a dona Maria José, 81 anos, traduziu a dor pela perda do marido, o aposentado Martinho Lopes, 79, que morreu após um mal súbito em uma lotérica de São José dos Campos na última segunda-feira (5). O caso ganhou repercussão nacional devido ao fato da lotérica ter seguido aberta, recebendo os clientes, mesmo com o corpo do idoso no chão, coberto por um lençol térmico. 

 “Eu vi [a cena]. Pela TV, pelo celular da minha filha. Eu nem quis ir até a lotérica porque senão ia brigar com as pessoas. Mas é uma falta de respeito, não? Meu marido caído e todas as pessoas lá. Meu Deus, ele não merecia isso, era um homem tão bom”, desabafou dona Maria a OVALE, com exclusividade.

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Foram 19 anos de casados. Dona Maria era um ano mais velha que Martinho. “Eu vivi ao lado do Martinho os melhores 19 anos da minha vida. Nós nos conhecemos já com certa idade, mas foi com ele que eu vivi os melhores momentos que já tive”, disse Dona Maria a OVALE com exclusividade.

Ela relatou à reportagem que ambos teriam se conhecido por intermédio de um sobrinho do falecido que é casado com uma das filhas de Dona Maria. “Foi o Laerte [sobrinho de Martinho e genro da viúva], ele quem serviu de elo para juntar eu e o meu marido. Ele é casado com uma de minhas filhas e sobrinho do Martinho. Nos conhecemos por intermédio dele”, relatou Dona Maria.

Além disso, Dona Maria se referiu ao esposo falecido como “o melhor pai que meus filhos tiveram”. Explica-se: ambos não tiveram filhos no tempo que estiveram juntos, mas a viúva já era mãe de quatro. Duas meninas e dois homens. Destes, um dos filhos já faleceu, enquanto outro é acamado em função de um AVC. De forma saudosa ela relata o relacionamento que Martinho tinha com seus filhos.

“Ele foi o melhor pai que meus filhos não tiveram. Ele ajudou até o último dia que esteve aqui meu filho mais novo, que está acamado em função de um AVC. Eu tive duas meninas e dois meninos, mas um dos homens já faleceu. Mas meu marido sempre agiu e foi um pai para todos”, disse.

Martinho Lopes, que havia era aposentado pela Johnson, em São José, no fatídico dia tinha ido à lotérica por volta das 14h, de bicicleta, para pagar contas. A notícia de seu mal súbito chegou à casa de dona Maria mais tarde, por volta das 15h30. Vendo a repercussão do caso e como o corpo de seu marido ficou coberto no canto do estabelecimento, ela diz que sentiu indignação.

Após uma longa espera, o corpo de Martinho foi liberado pelo Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) e pelo IML (Instituto Médico Legal) para ser velado, ainda na noite de segunda, na sala 6 da Urbam (Urbanizadora Municipal).

O velório se estendeu ate às 15h30 de terça-feira (6), quando o corpo de Martinho foi liberado para ser encaminhado ao Cemitério Municipal Colônia do Paraíso, na região sul do município, onde foi sepultado por volta das 15h.

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