ARTIGO

Sacramento

Por Padre Charles | 02/06/2023 | Tempo de leitura: 2 min

A Eucaristia celebra a fraternidade. Reunidos à mesa do Senhor, homens e mulheres, crianças e idosos, ministros ordenados e leigos vivem rara e singular experiência de absoluta igualdade. A Eucaristia constitui rara ocasião em que todos os participantes recebem, rigorosamente, igual atenção e igual tratamento! O dia especial para celebrar este singular fenômeno espiritual e humanitário é o Domingo.

Emerge espontânea indagação: por que o milagre que acontece no altar não se reproduz na conduta dos fiéis? Afinal, o mesmo Espírito Santo é invocado tanto sobre o pão e o vinho, transformando-os no Corpo e no Sangue de Jesus, como sobre a assembleia reunida, suplicando tornando-a perfeitamente unida. Reconhece-se que a comunidade acredita na presença real de Jesus na proclamação da Palavra e nas espécies eucarísticas. O que merece conferência é se os fiéis compreendem a dimensão horizontal da celebração. Desconfia-se que a fé de muitos estaciona-se na verdade dogmática, vertical digamos, a transformação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Jesus! Falta a compreensão horizontal, a dimensão comunitária. É notório observar a predominância personalista na participação eucarística, em especial no rito da comunhão. Olvida-se que é na condição de membro da família de Deus que se participa da celebração eucarística. É em clima de família divina que se comunga! O alimento sagrado, como também a Palavra proclamada, são os mesmos para todos os presentes! Na celebração da Eucaristia não existem diferenças, Pão e Palavra são idênticos tanto para o celebrante como para o mais humilde participante! Participar da Eucaristia, comungar inclusive, nunca pode ser culto meramente subjetivo, ritual vivido isoladamente da comunidade celebrante. Não se comunga de verdade sem estar fraternalmente unido aos irmãos. Afinal, se todos são convidados pelo mesmo anfitrião, a quem, sem distinção, ele oferece, rigorosamente, o mesmo alimento, salta natural a conclusão: um dos efeitos primários da Eucaristia é o fortalecimento da união entre os comensais. Escapa a toda lógica imaginar comungar a Cristo na Eucaristia sem a prévia disposição de querer contribuir efetivamente para uma maior aproximação entre os irmãos. Configurada por este espírito fraterno, naturalmente, a comunidade celebrante purifica e eleva o nível de relacionamento entre os cidadãos. Só se ama Cristo de verdade quando se ama o próximo com quem ele se identifica.

Mudar de posturas requer coragem e discernimento. A celebração da Eucaristia é naturalmente transformadora. Ao congregar os seus, em especial no dia do domingo, para celebrar o mistério da salvação, o Senhor Jesus externa seu profundo anelo de ver a humanidade vivendo em paz e em harmonia. E a celebração da Eucaristia é o sacramento per excelência da paz e da reaproximação!

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