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ARTIGO
Zé do Pé e a mesa do Zanine (2)
Por Jeremias Alves Pereira Filho | 02/06/2023 | Tempo de leitura: 3 min
Lembrete:
Semana passada Zé do Pé e eu fizemos uma respeitosa pausa para homenagear o Mestre Derivan, pelo seu triste passamento. Agora retomo a saga do Zé, a partir do corajoso esfaqueamento da mesa do Zanine Caldas na presença da Carmita.
O caso:
Como disse na crônica de 18/05, o Zé do Pé, abarrotado de cacife e entusiasmo, não se conteve e, com a faca de frios, apunhalou o baralho que jazia fora de função e, por consequência, feriu a mesa do Zanine sem perceber que a Carmita, dona da casa e da obra de arte, permanecia vigilante por perto. Seguiu-se um branco de segundos que pareceram uma eternidade de suspense no ar, momento em que um grito justo e poderoso irrompeu o ambiente esfumaçado: “Cheeega! Todos para fora daqui! Agooora!”. E prontamente todos os jogadores do poquerzinho amigo caíram fora da mesa e da casa da Carmita, de “rabo entre as pernas”. Todos culpados por simbiose ao gesto tresloucado do Zé do Pé, inclusive o Mulata, que, por solidariedade, quase partiu junto. Só não foi porque, além de também morar na casa, considerou ficar a melhor e mais segura opção, antes de se dirigir para o quarto de dormir para dormir o sono de culpado parcial e indireto.
Lá fora, o grupinho se dissolveu feito poeira ao vento e, com o vento, cada qual tomou rumo incerto e nunca sabido. Não sem antes cogitar como Zé iria se safar dessa... Zé do Pé era o Zé do Pé e sabia muito bem que teria de usar seu melhor esquema de gentileza para minimizar a gravidade do caso. Já na manhã do dia seguinte, por volta planejada das 11h., um portador do Hotel Jaraguá, devidamente uniformizado, encostou suavemente o dedo na campainha do portão de muro baixo da casa da Ibsen da Costa Manso, provocando o menor incômodo possível, para entregar um buquê de rosas vermelhas fresquinhas colhidas na banca preferida do Largo do Arouche. Mas o quê, a arrumadeira, antes orientada pela Carmita, estava instruída para recusar o perfumado presente, que o bedel, amigo do Zé, recolheu e levou de volta, retirando-se com um sorriso delicado no rosto para não parecer arrogância. Alguns dias depois estacionou na porta da casa da Ibsen da Costa Manso o Fiorino da 968 Flores para entregar novo e exuberante buquê montado pelas mãos plásticas da florista Sonia Tosatti da Rosa(ôpa...mera coincidência). Presente irrecusável, não só pela beleza do arranjo e seu aroma como ainda pela delicadeza devida à artista, coisa sempre preservada pela Carmita, que, porém, não se deu por desculpada e nem o Zé por vencido.
Semana seguinte, outro Fiorino estacionou na porta da residência e dele o portador descarregou bandejas caprichadas de empadinhas de palmito e de camarão, bombas de creme de avelã, sonhos, mil folhas... Tudo da Di Cunto e direto da fábrica da rua Borges de Figueiredo, na Mooca, mais um estabelecimento cúmplice do Zé do Pé para assuntos diplomáticos.
Aí não teve jeito e a Carmita sucumbiu - e nem teria como - diante dos olhares esfaimados do Dadau, Marina e Mulata. Diria eu, que não presenciei a cena, que até o Bolota, aquele cãozinho poodle branco simpático, teria latido sorridente aprovando as desculpas do Zé do Pé.
Post Scriptum: mais informações basta enviar para meu endereço eletrônico, mesmo ainda duvidando dos caso do Zé do Pé: jeremias@jeremiasadv.com.br
Jeremias Alves Pereira Filho
Sócio de Jeremias Alves Pereira Filho Advogados Associados; Especialista em Direito Empresarial e Professor Emérito da UPM-Universidade Presbiteriana Mackenzie. Araçatubense nato.
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