ARTIGO

O LIVRO DE JÓ

Por Padre Charles | 22/05/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Vincenzo é um jovem adulto. Até pouco tempo, vivia uma vida que ele mesmo a descreve como uma interminável noite escura. Desesperado, agarrava-se a qualquer sugestão que pudesse lhe oferecer alguma luz, um pouco de esperança. Até que um dia um colega sugeriu-lhe ler o livro de Jó – foi o que salvou minha vida, disse-lhe o amigo. Descobri, continuou o colega, a força do agradecimento. É como se estivesse me libertando do inferno para o céu! Aprendi que agradecendo, isto é, buscando enxergar o lado positivo nos acontecimentos, mesmo nos infortúnios, os contratempos perdem seu impacto negativo. Em suma, terminou o amigo, me convenci que o êxito da vida depende, principalmente, das atitudes que se toma diante dos acontecimentos. É o jeito como se encaram as vicissitudes da vida que determinam êxitos e fracassos. Não se deve esquecer, acima de tudo, que Deus tem um plano bom para cada uma das pessoas. E, à medida que se permita ele operar, a probabilidade de os acontecimentos encaminharem-se para o bem torna-se bem mais factível. Existe sempre esperança nos acontecimentos da vida.

Vincenzo confidencia que está se aperfeiçoando na oração de agradecimento. À medida que progride nessa prática, descobre que está se tornando menos agitado. Consequentemente, anda fazendo menos bobagens. Ainda existem contratempos em sua vida, mas são menos angustiantes. Hoje ele vive. E está cada vez mais convencido de que desde que o homem decidiu tomar o lugar de Deus na condução da história, a realidade da existência tem se deteriorado consideravelmente em todos os níveis e para um número maior de pessoas. Sem Deus, sem a inspiração do amor e do respeito pelo outro, o ser humano se transforma em monstro predador de pessoas, de outros seres vivos e de bens. Valor tem somente quem produz lucro fácil e vantagens imediatas. Neste compasso amalucado, são muitos os que ficam à beira do caminho, considerados como estorvo, porque sugam recursos e energias que poderiam ser mais bem empregados lucrativamente. Dar atenção ao semelhante, saborear o tempero da comida, admirar paisagens, é perda de tempo! Na pressa de se chegar ao destino, perde-se o prazer de apreciar a paisagem. Descuida-se de agradecer! Mina-se o afeto! Represa-se a alegria! Refugia-se na solidão! Nada a admirar que à medida que a arrogância progrida, cresce, proporcionalmente, o número de pessoas que se percebem marginalizadas. Descartáveis, em suma!

Vincenzo encontrou um amigo que não julgou ser perda de tempo dar atenção ao irmão. Aprendeu a reconhecer neste amigo a intervenção divina que lhe ensinou a reconhecer e agradecer os constantes sinais da presença de Deus na existência. Está ao alcance de todos saber agradecer, focar mais o positivo que o negativo. O livro de Jó ensina como administrar os contratempos. Afinal, o Deus que permite os contratempos é o mesmo que locupleta de bênçãos!         

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