Estudantes do ensino médio de Birigui estão organizando uma manifestação em apoio ao Dia Nacional de Mobilização pela Revogação do Novo Ensino Médio, marcado para esta quarta-feira, 15, com atos que devem ocorrer em todo o País.
O protesto, convocado nacionalmente pelas entidades de movimentos estudantis e sindicais da educação, tem como objetivo pressionar o governo federal para reverter o que eles chamam de “retrocessos impostos ao processo de ensino e aprendizagem de crianças e jovens brasileiros e brasileiras”.
Em Birigui, a concentração está marcada para as 14h, na praça James Mellor (antigo Paço Municipal), de onde os estudantes sairão em passeata até a sede da Diretoria Regional de Ensino de Birigui, localizada na rua João Galo, no Centro.
O estudante Leonardo Henrique de Oliveira, 18, que faz parte da União dos Estudantes de Birigui e da organização da mobilização, afirmou que até o momento cerca de 300 estudantes de escolas públicas do município confirmaram presença no protesto.
Na data, será realizada uma aula pública, com discursos e intervenção cultural. No entanto, o principal objetivo é a revogação do novo ensino médio.
Em Birigui é aguardada a presença de algumas lideranças estudantis além de participação de outras associações como Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), UJS (União da Juventude Socialista), UNE (União Nacional dos Estudantes) e ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos).
O projeto do governo
O Ministério da Educação, a lei nº 13.415/2017 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabeleceu uma mudança na estrutura do ensino médio, ampliando o tempo mínimo do estudante na escola de 800 horas para 1.000 horas anuais (até 2022) e definindo uma nova organização curricular.
Essa organização é classificada pelo governo como sendo mais flexível, que contemple uma BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e a oferta de diferentes possibilidades de escolhas aos estudantes, os itinerários formativos (conjuntos de disciplinas), com foco nas áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional.
A mudança, segundo o MEC, "tem como objetivos garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros e de aproximar as escolas à realidade dos estudantes de hoje, considerando as novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em sociedade.”
Retrocesso
Já as entidades estudantis classificam a proposta como “antidemocrática e unilateral”, pois foi feita por meio de Medida Provisória, enviada ao Congresso Nacional pelo então presidente Michel Temer, em setembro de 2016, sem ouvir educadores, educadoras e estudantes. Várias manifestações, protestos, ocupações estudantis e greve de docentes foram feitos na tentativa de barrar a proposta, que acabou aprovada.
Na prática, as mudanças promoveram verdadeiro retrocesso no processo de ensino e sua implementação enfrenta desafios estruturais das escolas públicas do País, falta de formação para professores e desigualdade social.
Na página do movimento em Birigui, o NEM (Novo Ensino Médio) é definido como um aumento de carga horária, onde foram incluídos os itinerários formativos. No entanto para os itinerários, a carga de aulas básicas foi diminuindo, ao mesmo tempo que foram adicionadas “matérias inúteis”, que não contribuem para o futuro dos estudantes.
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