Crise

Decreto do prefeito veta diretoria de acompanhar intervenção na Santa Casa e abre crise

Santa Casa de Penápolis está sob intervenção desde 2021 devido a problemas financeiros e administrativos; atual diretoria considerou decreto sem efeito jurídico e requereu liminar

Por Lauro Sampaio | 29/01/2023 | Tempo de leitura: 2 min
Da Redação/Folha da Região

Divulgação

Esta é a segunda intervenção que a Santa Casa de Penápolis enfrenta; na primeira, em 2015, dívida passava dos R$ 20 milhões
Esta é a segunda intervenção que a Santa Casa de Penápolis enfrenta; na primeira, em 2015, dívida passava dos R$ 20 milhões

Um decreto publicado nesta última semana pelo prefeito de Penápolis, Caique Rossi (PSD), proíbe a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia do município de acompanhar os trabalhos da Comissão Interventora da entidade. Um movimento que ensejou uma batalha jurídica no campo da saúde local.

A Santa Casa de Penápolis está sob intervenção desde 2021 por causa de problemas financeiros e administrativos. O decreto do prefeito é considerado sem efeito jurídico pela atual diretora do hospital, Simone Stuani, que coseguiu uma liminar na Justiça local para ter direito s supervisionar os trabalhos da comissão interventora.

Em sua justificativa para baixar o decreto, o prefeito afirma que a intenção do governo é devolver a gerência da entidade para os Irmãos Remidos e que tal decisão judicial seria conflitante com a medida.

Na decisão liminar obtida pela atual diretoria da Santa Casa, a irmandade teria direito de acompanhar todos os atos da comissão interventora como gastos, balanços administrativos e financeiros.  A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que tal ato seria conflitante com a diretoria dos Irmãos Remidos, que voltaram a gerenciar o hospital há dois anos.

A diretoria afastada informou que vai oficiar à Justiça sobre a medida tida como ilegal, inclusive sob a argumentação de  que a liminar estipularia multa diária por descumprimento, de R$ 500 por dia.

Esta é a segunda vez que a Santa Casa de Penápolis passa por uma intervenção. A primeira ocorreu em 2015, durante gestão do ex-prefeito Célio de Oliveira (sem partido). Na época, a dívida da Santa Casa passava dos R$ 20 milhões.

Licitações

Em novembro do ano passado, a Promotoria de Justiça de Penápolis requereu concessão de liminar obrigando a Santa Casa local a realizar licitação para contratar qualquer serviço e adquirir qualquer insumo, material ou equipamento enquanto durar a intervenção municipal que atualmente afeta a entidade.

Para o promotor de Justiça João Paulo Serra Dantas, autor da ação, a decisão deve também determinar que o Poder Executivo de Penápolis faça processo seletivo simplificado de contratações temporárias voltado a novas admissões de pessoal que se façam necessárias na Santa Casa.

Na petição inicial, Dantas explicava que a Santa Casa de Misericórdia de Penápolis está sob intervenção municipal por força de decreto publicado em 2021. Diante disso, toda a gestão da compra de insumos, serviços e pessoal deve ser feita por interventor nomeado pelo Executivo. Além disso, a manutenção do serviço de saúde nesse caso se dá com recursos dos cofres municipais, além dos repasses do Sistema Único de Saúde.

O município, porém, seguia realizando contratações diretas, sem licitação, alegando que a Santa Casa é uma entidade privada. Com o mesmo argumento, vinha contratando pessoal sem concurso. Contudo, por estar sob intervenção do município, a Santa Casa deveria seguir as normas vigentes para órgãos públicos.

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